| 18/02/2008 11h38min
Atualizado às 13h05min
O novo chefe da Casa Civil, o economista Cézar Augusto Busatto, 55 anos, assumiu o cargo na manhã desta segunda-feira em cerimônia no Auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari, na Capital. O ato foi bastante prestigiado, com representantes de todos os poderes, empresários e colegas de Busatto na prefeitura de Porto Alegre, onde era secretário de Governança Local.
Nesta manhã, Busatto novamente defendeu uma solução para a crise financeira como forma de desenvolver o Estado. Para isso, ele disse que será preciso ter união e pediu diálogo com a oposição. A governadora Yeda Crusius disse que o tamanho do prestígio da posse de Busatto representa um novo momento político para o Estado.
— Tenho uma determinação da governadora de buscar o entendimento com todos, inclusive com a oposição. Vamos
tentar buscar todos os setores da sociedade. Não queremos
resolver o problema da governadora, nós queremos resolver o problema do Rio Grande. Não precisamos estar brigando entre nós enquanto outros crescem e se desenvolvem — disse ele.
Ainda nesta segunda-feira, Busatto discutirá em reunião com Yeda e secretários as prioridades do governo, com foco no relacionamento com a Assembléia Legislativa. Seu principal objetivo é costurar uma agenda mínima em busca do desenvolvimento e do equilíbrio das contas públicas. A estratégia é evitar que questões pontuais se sobreponham à pauta global.
— Faz 35 anos que estamos marchando como caranguejos. Não conseguimos nem pagar a folha de pessoal. A que ponto chegamos. Os municípios estão carentes, sem recursos para saúde, estradas e educação — lembrou Busatto.
— Creio que com a ajuda
do Busatto vamos escrever uma página mais compreensível do entendimento
no Estado — completou Yeda.
O novo chefe da Casa Civil substitui Fernando Záchia, que assumiu a pasta do Desenvolvimento no governo do Estado. A vereadora Clênia Maranhão (PPS), mulher de Busatto, ocupará seu posto na Secretaria Municipal de Governança.
Quem é
Novo chefe da Casa Civil, o economista Cézar Augusto Busatto tem 55 anos e é agente fiscal do Tesouro da Secretaria da Fazenda.
Cargos ocupados
Secretário de Coordenação Política e Governança Local do governo José Fogaça na Capital. Deputado estadual por três legislaturas (duas pelo PMDB e uma pelo PPS), entre 1994 e 2006. Secretário da Fazenda do governo Antônio Britto (então no PMDB), entre 1995 e 1998. Secretário Especial de Governo e adjunto da Fazenda na administração Pedro Simon (1987-1990)
Desafios à vista
O novo chefe da Casa Civil quer melhorar o relacionamento entre Assembléia, poderes, empresários e entidades. Busatto
deverá ficar na linha de frente de negociações importantes. Confira algumas delas.
CPI do Detran: A partir do dia 25, os ex-diretores do Detran começarão a ser ouvidos pela comissão. Nos próximos meses, nomes ligados ao Piratini devem ser chamados para depor. A governadora Yeda Crusius já demonstrou irritação com a investigação e trocou farpas com o presidente da CPI, Fabiano Pereira (PT)
Veto aos subsídios: No dia 14 de janeiro, a governadora Yeda Crusius vetou o novo sistema de remuneração por subsídio, que beneficiava o Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública. Os projetos elevam despesas do Estado a curto prazo. Os 55 deputados estaduais têm até 1º de março para analisar o veto de Yeda. A tendência hoje é derrubá-lo
Pedágios: O projeto Duplica RS baseia-se na parceria com o setor privado para resolver problemas do transporte rodoviário. Sem
dinheiro para duplicar as estradas que escoam a produção, uma saída é
transferir a tarefa para as concessionárias das rodovias. A negociação do governo envolve a prorrogação de prazos de concessão de 15 para 25 anos. Há resistência de deputados, o que gerará novo desgaste na Assembléia. Um grupo planeja reeditar a CPI dos Pedágios
Previdência: Uma das prioridades do Piratini é aprovar na Assembléia o fundo complementar para a aposentadoria dos servidores públicos estaduais que recebem acima do teto do INSS. Para manter os rendimentos na aposentadoria, quem recebe acima do limite poderá contribuir para este fundo enquanto estiver na ativa. A longo prazo, a medida deve ajudar a reestruturar a Previdência, que atualmente apresenta despesa maior do que a receita. Em 2006, o Estado teve déficit de R$ 4 bilhões. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça da Casa
Teto salarial: A governadora pretende discutir a fixação de um teto salarial no Estado, a criação do subsídio e
faixas salariais para carreiras do serviço público
ao longo de 2008. A apresentação de um projeto de subsídio mais abrangente foi uma das justificativas para dizer não ao Judiciário, MP e Defensoria. Será necessário um esforço de negociação para tratar do tema espinhoso
Pagamento da Lei Britto: Por ordem da Justiça, o governo precisa acertar reajustes salariais concedidos aos servidores em 1995, durante o governo Antônio Britto, e suspensos no mesmo ano. Os aumentos variam de 19% a 33%
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