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 | 15/02/2008 01h46min

Gravataí disputa novos investimentos da GM

Companhia quer abrir um novo turno de produção para montar mais 50 mil carros por ano

O resultado da negociação com os sindicatos de trabalhadores é um dos pontos fundamentais na decisão da General Motors sobre onde abrirá um terceiro turno de produção em maio. As unidades de Gravataí, São Caetano do Sul (SP) e Rosário (Argentina) estão no páreo para montar mais 50 mil carros por ano, e os dirigentes sindicais estão de olho nos 600 empregos que serão criados na fábrica escolhida. A definição deve ser anunciada pela montadora na próxima semana.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Gravataí enviou ontem uma carta à companhia se colocando à disposição para negociar. Enquanto isso, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva, afirma que já agendou para a próxima segunda-feira uma reunião com a diretoria da montadora para tratar do mesmo assunto.

A unidade de Rosário também já teria sido comunicada da intenção da empresa de ampliar a capacidade produtiva naquela planta. O secretário-geral do Sindicato dos Mecânicos e Afins do Transporte Automotor da República Argentina, com sede em Rosário, Marcelo Barros, disse que, no final de dezembro passado, a empresa informou à entidade que aumentaria a produção de modelos Corsa a partir de maio de 2008. Segundo ele, a GM deverá informar em março qual será o tamanho da expansão.

A montadora informou, por meio da assessoria de imprensa, que mantém "estudos e negociações com sindicatos das três bases para definir qual dos complexos vai abrigar a expansão de 50 mil veículos por ano, com a contratação de 600 funcionários". A GM não comenta as informações dos sindicalistas.

O aumento da produção não implicará investimentos na fábrica escolhida, informou a assessoria de imprensa, além da abertura de vagas. As contratações devem iniciar em maio, e a produção começaria imediatamente. O incremento de produção vai ser focado no Corsa, que já é fabricado em São Caetano e Rosário.

Na carta enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Gravataí à GM, os diretores Valcir Ascari e Edson Dorneles argumentam que a fábrica instalada no Rio Grande do Sul tem capacidade para absorver o aumento da produção, com mão-de-obra preparada.

— Ficamos sabendo pela imprensa que a fábrica está no páreo e tomamos a decisão de nos posicionar. O terceiro turno é uma reivindicação antiga —afirmou Ascari.

O projeto inicial era ampliar a capacidade em São José dos Campos, mas foi abandonado por falta de acordo com o sindicato local. A fábrica gaúcha recebeu em 2006 um aporte de US$ 240 milhões quando foi implantada a linha de produção do Prisma. Hoje, a unidade produz 240 mil carros por ano (Celta e Prisma) e abastece 40% das vendas da montadora no Brasil. Especialistas opinam que São Caetano do Sul tem mais condições para abrigar o projeto da GM.

— A grande vantagem é que esta unidade é o cérebro da General Motors no Brasil e já tem plataforma para o Corsa, que está em falta no mercado interno — avalia o diretor da CSM Worldwind Consultoria, Paulo Cardamone.

Tiago Franceschini, analista do setor de veículos e auto-peças da Lafis Consultoria, também aposta que o município paulista é o favorito porque está mais perto do mercado interno, bastante aquecido, o que colocaria a unidade de Rosário, que também produz o Corsa, em desvantagem.

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