A base aliada na Câmara dos Deputados se dividiu sobre a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para apurar irregularidades no uso do cartão corporativo, informa o site G1. Apesar do apoio oficial do governo à investigação, parlamentares resistem a assinar o requerimento. O líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), reuniu os líderes da base nesta segunda-feira para pregar a unidade do discurso sobre o tema.

O encontro aconteceu após uma reunião do petista com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), da qual saíram as bases do acordo fechado com a oposição permitindo a CPI mista, mas exigindo apuração dos gastos desde 1998 com as contas tipo B, nas quais os funcionários usavam cheques. Fontana pediu aos colegas da base que rubriquem o requerimento da CPI:

— Apoiamos a investigação desde que fique claro no requerimento que vamos investigar todos os gastos, tanto os dos cartões como os das contas tipo B.

Apesar do apelo, a base está dividida. O líder do PR, Luciano Castro (RR), avisou que seu partido não assinará a CPI:

— A posição do partido é contra a CPI e nós não vamos assinar, existem outros meios de realizar a investigação.

O posicionamento de Castro foi endossado na reunião por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que representou o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), na reunião com Fontana. O líder do governo procurou minimizar as discordâncias. Segundo ele, elas foram "pontuais" e os parlamentares foram "convencidos" da importância de apoiar a investigação.