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 | 07/02/2008 23h26min

Vaz Netto presta nove horas de depoimento à PF

Piratini admite ter conhecimento de contrato do Detran com a Fundae

Adriana Irion  |  adriana.irion@zerohora.com.br

Um dos principais suspeitos de envolvimento na Operação Rodin, o ex-diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Flavio Vaz Netto, prestou novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira na investigação da fraude milionária da autarquia. Ele, que falou durante nove horas, foi chamado para esclarecer novas imputações que surgiram contra ele em depoimentos e para detalhar informações que tem divulgado em entrevistas à imprensa.



Na noite de quarta-feira, por telefone, Vaz Netto disse no programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, que tudo que fez era de conhecimento da governadora Yeda Crusius e ressaltou que vai falar o que sabe se convocado pela CPI do Detran, instalada hoje na Assembléia Legislativa. O procurador aposentado do Estado foi ouvido por dois delegados e por procuradores do Ministério Público Federal. As autoridades queriam saber, entre outras coisas, o que Vaz Netto sabe que ainda não havia declarado em depoimento.

Ele afirmou que desde que assumira o Detran, em fevereiro do ano passado, já sabia que havia irregularidades no contrato com a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) envolvendo subcontratações. O ex-diretor da autarquia sustentou que estava disposto a enfrentar o problema e que, para isso, teve uma audiência com Yeda, na qual apresentou como solução a contratação da Fundae, que se concretizou.

É justamente o contrato da autarquia com as fundações que é foco da investigação da fraude que teria lesado o erário em cerca de R$ 40 milhões. A apuração resultou na Operação Rodin, desencadeada em 6 de novembro, quando 13 suspeitos foram presos pela PF, entre eles, o procurador do Estado aposentado. Depois da prisão, Vaz Netto foi exonerado por Yeda e se aposentou da PGE.

Há duas semanas, os trâmites para a contratação da Fundae pelo Detran foram foco de polêmica entre a governadora e a PF. O fato de os federais chamarem a procuradora-geral do Estado, Eliana Graeff Martins para prestar informações irritou o Palácio Piratini. A PF queria saber se Vaz Netto, por ser do quadro da PGE, havia interferido na rapidez da decisão — um parecer favorável à contratação da Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae) que foi emitido em um dia.

Nesta quinta-feira, o secretário de Comunicação do Estado, Paulo Fona, confirmou que a governadora sabia da troca da Fatec pela Fundae. Segundo ele, Vaz Netto comunicou a Yeda que a Fatec queria um aumento de 20%, que ele julgava abusivo, e sugeriu a contratação da Fundae, com a qual haveria uma redução de custos de 3% a 5%. A governadora, disse Fona, aprovou e determinou que o Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) passasse a fazer um diagnóstico para a melhoria dos serviços do Detran, redução de despesas, racionalização de procedimentos e redução de custos.

 
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