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 | 05/02/2008 18h52min

Reportagem Especial: Mato Grosso do Sul ainda luta contra a aftosa

Canal Rural apresenta em três reportagens especiais a situação do monitoramento do gado na divisa entre Brasil e Paraguai

Luiz Patroni  |  reportagem@canalrural.com.br

Mais de dois anos depois do registro de focos de aftosa em Mato Grosso do Sul, parece arriscado afirmar que a região tem um controle sanitário animal eficiente. O principal problema é a falta de fiscalização do trânsito de bovinos na fronteira com o Paraguai. Nós vamos mostrar essa realidade em três reportagens especiais. Veja as ações desenvolvidas para aumentar a segurança, a lição para os municípios atingidos e porque ainda há risco de aparecimento de novos casos da doença.

Desde outubro de 2005 a produção de carne na região sul de Mato Grosso do Sul provoca desconfiança nos mercados compradores. A preocupação com a fronteira tem um bom motivo: a suspeita é de que o vírus da febre aftosa tenha chegado ao Estado com animais trazidos clandestinamente do Paraguai. Depois dos prejuízos, várias medidas foram adotadas. No ano passado foram gastos R$ 25 milhões, com indenizações aos produtores que tiveram animais abatidos e com o reforço da segurança sanitária, como a implantação de duas barreiras fixas em pontos estratégicos. Para evitar o trânsito ilegal de gado entre os dois países, equipes móveis fazem a fiscalização. Agentes da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e policiais militares percorrem diariamente a área, e observam a movimentação de caminhões.

Iniciativas como esta minimizam, porém não resolvem definitivamente o problema da falta de segurança na Linha Internacional. São apenas quatro equipes para monitorar cerca de 700 km de fronteira seca. Com isso, alguns trechos são fiscalizados apenas uma vez por dia, passando a maior parte do tempo sem monitoramento algum.

O que mostra que pouca coisa mudou em um ano. Em fevereiro de 2007, o Canal Rural mostrou com exclusividade o livre transporte de animais na estrada que divide os dois países. Alto risco à sanidade do rebanho brasileiro.
 
– A meta é ampliar o número de barreiras fixas para 22 e móveis para oito até o fim deste semestre – disse Roberto Bacha, diretor-presidente do Iagro.
 
Enquanto isso não sai do papel, o trabalho de quem está na região é fundamental.  O produtor rural Agenor Saturnino de Sousa cria gado há 24 anos na Linha Internacional e sabe que a garantia da segurança do rebanho também depende dele.

– É preciso ter consciência e ficar com o olhar atento e informar sempre sobre a existência de animais soltos na faixa de fronteira, além de orientar os outros pecuaristas para que evitem deixar gado solto no local – disse Agenor.

Na próxima reportagem você vai conhecer as medidas adotadas pelo Paraguai para evitar o surgimento de novos casos de febre aftosa na região. Nossos vizinhos apostam na ação conjunta com o Brasil, mas a parceria não é suficiente para garantir a segurança linha internacional.

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