| 29/01/2008 07h58min
Com a primeira lista de propriedades autorizadas a exportar carne bovina para a União Européia (UE), apresentada nessa segunda-feira, dia 28, em Bruxelas, especialistas acreditam que há tendência de segmentação de preços.
Segundo o jornal Valor Econômico, a lista apresentada pelo Ministério da Agricultura brasileiro a autoridades da área de sanidade da UE, com as propriedades produtoras de gado bovino consideradas aptas a exportar ao bloco, tem entre 2,6 mil e 2,8 mil estabelecimentos. No total, há 6,78 mil propriedades ou estabelecimentos rurais aprovados (ERAs) nas regiões do país habilitadas para exportar carne bovina à UE.
O reflexo no mercado poderá ser verificado em algumas regiões do Brasil. Seriam pelo menos três as faixas de remuneração entre animais sem certificação, identificados na origem e rastreados de acordo com as exigências do bloco. A UE impôs restrições, no fim do ano passado, ao produto brasileiro em razão de questionamentos no sistema sanitário brasileiro. As propriedades rurais auditadas e aprovadas pelo Ministério da Agricultura estão inseridas no sistema de rastreabilidade denominado Estabelecimento Rural Aprovado pelo Sisbov (Eras).
Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Fernando Adauto Loureiro, o momento é favorável, com preços em elevação na Europa em decorrência da restrição de oferta da carne do Brasil, principal exportador para a UE. Para Adauto, a tendência é de que haja um balizamento a partir dos negócios fechados em propriedades aprovadas na auditoria sanitária, o que poderá puxar o preço interno.
Ainda de acordo com informações do Valor Econômico, os animais das propriedades incluídas na lista para a União Européia devem se valorizar em relação aos demais, segundo analistas e frigoríficos. A previsão é de que haja uma diferença de R$ 10 na arroba.
– O boi para a UE vai subir e os outros vão cair – disse um dono de frigorífico.
Segundo a
Scot Consultoria, a arroba do boi rastreado
estava nessa segunda-feira em R$ 70 em Cuiabá, no Mato Grosso.
Ainda trabalhando com ociosidade, a indústria gaúcha tem outro entendimento. De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Estado, Zilmar Moussalle, ao integrar a lista para a União Européia o produtor terá mercado garantido, mas o reflexo nas cotações dependerá do equilíbrio entre oferta e demanda, previsto para a partir de setembro. De acordo com a Scot, atualmente, com exceção da UE, a maior parte dos importadores paga valores próximos aos do mercado doméstico. Portanto, se não for para atender esses clientes, os frigoríficos provavelmente deixarão de oferecer ágios, mesmo que os animais estejam no sistema Eras.
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