| 24/01/2008 11h14min
Plantadores de cana-de-açúcar pedem ajuda ao governo federal. Eles reclamam da existência de um único comprador, as usinas, o que elimina qualquer poder de negociação. Representantes do setor queixam-se que a renda dos produtores vem caindo a cada mês, e a falência pode ser inevitável.
– Estamos vendendo o produto cana-de-açúcar, que o próprio Ministério da Agricultura reconhece que o custo de produção para produzir uma tonelada de cana é de R$ 49. Estamos vendendo a R$ 30. Qualquer setor nesta situação vai à falência e esperamos que o ministério interfira – afirmou o presidente da Federação dos Plantadores de Cana, Antônio Celso Cavalcanti.
O Brasil já somou mais de 150 mil plantadores de cana-de-açúcar independentes. Hoje, esse número não chega à metade. Um dos motivos apontados pelas entidades é a expansão de grandes grupos que acabam comprando as terras dos pequenos e médios produtores. Por isso, o setor espera uma interferência do governo federal para preservar o cumprimento de uma legislação que existe desde 1965.
– O que nós estamos pedindo ao governo é que as usinas novas, as usinas que estão em implantação, façam com que cumpram a lei. (A lei 4870) exige que 60% daquela cana que vai ser moída naquela empresa seja de fornecedor próprio. Ou seja, você não pode deixar um canavial todo só para uma indústria – justificou o representante da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, Paulo Lelal.
Esta foi a primeira vez que representantes dos plantadores de cana-de-açúcar entregaram um documento de reivindicações ao Ministério da Agricultura. Ao tomar conhecimento da situação, o ministro Reinhold Stephanes prometeu analisar e estudar medidas para solucionar os problemas do setor.
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