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 | 22/01/2008 21h29min

Sobem os preços das terras para produção de grãos no país

Valores estão de 30% a 50% mais altos, após três anos de estagnação

Manuela Bezerra  |  reportagem@canalrural.com.br

As terras voltadas para o cultivo de grãos no Brasil valorizaram entre 30% e 50% e esta boa fase se deve, principalmente, a recuperação das cotações das commodities agrícolas no mercado internacional. O mercado está reagindo, após três anos de estagnação.

Depois de um momento difícil entre os anos de 2004 e 2006, quando a crise da soja fez as cotações das terras caírem, 2007 foi um ano de recuperação para o mercado no Brasil. A retomada dos preços dos grãos e a produção agrícola recorde foram fatores decisivos. Um levantamento feito pela empresa de consultoria em agronegócios, a AgraFNP mostra uma valorização média de 17,8% das áreas para agricultura nos últimos 12 meses. As cotações médias passaram de R$ 3,276 mil por hectare para R$ 3,869 mil.

 – É bom o momento da soja e do milho, fomentado pelo mercado de biocombustíveis. Nós percebemos os valores de terras voltadas ao cultivo de grãos subir no país – disse Jacqueline Bierhals, analista de mercado, commodities e terras da AgraFNP.

Os investimentos de grupos estrangeiros no mercado de terras no Brasil é outro fator que pode ter gerado o bom momento para o setor.

No último ano, a região que apresentou maior valorização de terras foi a Norte, 24,6% de aumento. Na seqüência, o Centro-Oeste, com 23,6%. Depois o Nordeste, com 21,3%. A região Sudeste teve valorização de 16,4%. O menor índice foi registrado no Sul, onde o crescimento nos preços das terras foi de 14%.

Apesar de a alta ter sido menor, as maiores cotações do país continuam sendo registradas na região Sul. Por lá, o valor do hectare pode chegar a R$ 30 mil. No outro extremo do Brasil, o Norte possui as terras mais baratas. O hectare pode valer apenas R$ 35,00.

Numa situação um pouco diferente da que vive o mercado, estão as terras destinadas ao cultivo da cana-de-açúcar. Essas áreas registraram estagnação e até queda em algumas regiões. A consultora Jacqueline Bierhals explica que o excesso de oferta baixou os preços pagos aos produtores, mas a situação é temporária.

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