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 | 21/01/2008 05h48min

Chávez diz que escassez de alimentos encorajará oposição a tirá-lo do poder

Presidente venezuelano desafia opositores em programa de rádio

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou que seus opositores tentarão tirá-lo do poder aproveitando a escassez de alimentos e, entre outras medidas, ordenou expropriações contra aqueles que se prestem "à traição".

”Como Judas vendeu Cristo por três moedas", há os que "vendem a pátria e sua mãe e isso se chama traição; o produtor traidor será tratado como tal", disse em seu programa dominical de rádio e televisão Alô, presidente!.

– Estou avisando, estou avisando – repetiu, após lembrar que, como manda a Constituição, ele estará no cargo até 2 fevereiro de 2013.

O chefe de Estado venezuelano disse que enfrentará aqueles que quiserem tirá-lo do poder antes.

– Pois que tentem, vamos ver se conseguem – desafiou, prevendo que este ano será bastante atacado pelo desabastecimento de alimentos, que admitiu que existe devido a algumas deficiência governamentais, mas também por outras variáveis.

Entre estas está um aumento do consumo popular e "sabotagens opositoras", como quando em greves passadas "jogaram milhões de litros de leite nos rios para derrubar o governo".

Se a escassez de mantimentos piorar, vão dizer que "é culpa de Chávez, porque culpam-me de tudo, mas Chávez é muito mais que uma pessoa: é um povo, uma consciência, uma força coletiva à qual colocaram meu nome", acrescentou.

O governante denunciou que após a vitória eleitoral de dezembro contra uma proposta sua para reformar a Constituição, com o que pretendeu avançar para o que chama de "o socialismo do século XXI", a oposição "desaforada" acredita agora que é o momento de "Chávez sair já".

– Não se enganem – ameaçou, pedindo aos corpos de segurança para "monitorá-los permanentemente para derrotar qualquer plano subversivo, porque vão tentar gerar conflitos por todos lados, mas não vão conseguir".

Ele previu que a oposição que opta por enfrentá-lo eleitoralmente se unirá aos radicais se conseguirem vencer os pleitos municipais e regionais do fim do ano.

”Imagine alguém por um instante que esta oposição consiga ganhar. Se isso ocorrer, se eles colocassem aí governadores e prefeitos (...), o próximo passo é a guerra, porque eles vêm por mim; seria de novo o quadro do 11 de abril" de 2002, disse, em alusão ao golpe de Estado cívico-militar que tirou-o do poder por dois dias.

Chávez anunciou o aumento do preço controlado pelo Estado do litro de leite, de US$ 0,50 a US$ 0,70 para produtores primários, e previu que os responsáveis pelo "planos opositores" oferecerão a estes um preço maior "para fazer quebrar" as empresas estatais e levar esse produto de contrabando à Colômbia.

"Que se ative a inteligência política, a inteligência militar e a inteligência popular" para impedi-lo, disse, e ordenou expropriações de produtos, instalações e outras propriedades a aqueles que se prestem a isso.

– Este governo não pode se deixar abater. Os alimentos não são um jogo, aí está a existência da pátria – ressaltou.

AGÊNCIA EFE
 
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