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 | 09/01/2008 15h25min

Etanol liderará expansão de produtos agrícolas no Brasil

Estudo prevê que sejam produzidos 41,63 bilhões de litros em 2017/2018

Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

O álcool combustível liderará a expansão dos principais produtos agrícolas no Brasil até o fim dos próximos dez anos, de acordo com o estudo Projeções do Agronegócio Mundial e do Brasil 2006/2007 até 2017/2018. O estudo, da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura, projetou o desempenho de 16 produtos agrícolas em 12 safras - a passada, a atual e as 10 próximas.O documento prevê que sejam produzidos 41,63 bilhões de litros de etanol em 2017/2018, ante 18,89 bilhões de litros da safra 2006/2007.

As projeções do etanol, referentes a produção, consumo e exportação refletem grande dinamismo do produto devido especialmente ao crescimento do consumo interno e as exportações. O consumo interno para 2018 está projetado em 30,3 bilhões de litros e as exportações em 11,3 bilhões.

Soja

As projeções para a produção de soja até 2017/2018 mostram uma produção de 75,3 milhões de toneladas. O consumo de soja em grão deverá atingir 39 milhões de toneladas, representando 52% da produção. As exportações serão 40% superiores às exportações de 2006/2007.

Trigo

O Brasil deverá apresentar uma produção crescente até 2017/18. O consumo interno deverá crescer, em média, 1,63% ao ano, alcançando a cifra de 13,3 milhões de toneladas em 2017/18. O abastecimento interno exigirá importações de 8,7 milhões de toneladas em 2017/2018.

Arroz

O Brasil apresentará um aumento de produtividade e uma moderada queda no consumo per capita de arroz ao longo do período projetado. O país permanecerá na posição de pequeno importador líquido. A produção projetada para 2017/2018 é de 13,1 milhões de toneladas de arroz, importação entre 1 e 2 milhões de toneladas, e consumo de 14,7 milhões de toneladas.

Feijão

Representa um típico produto de consumo doméstico e de enorme importância na alimentação e na geração de renda dos pequenos produtores no Brasil. O feijão tem uma taxa anual projetada de aumento da produção de 1,2% e consumo ao redor de 1,15% ao ano, para o período 2007/2008 a 2017/2018. As duas últimas Pesquisas de Orçamentos Familiares mostraram que, nos últimos oito anos, o consumo de feijão teve uma queda pequena, de 10,2 Kg/per capita/ano para 9,2 Kg/per capita/ano.

Milho

Em 2017/2018 a produção deverá situar-se em 64,1 milhões de toneladas e um consumo de 48,6 milhões. Esses resultados indicam que o país poderá atender seu quadro de suprimentos de modo a garantir o abastecimento do mercado interno e obter excedente para exportação, previsto em 12 milhões de toneladas em 2017/18. Porém as exportações de milho poderão superar esse valor e situar-se entre 15 e 20 milhões de toneladas.

Açúcar

O Brasil continuará ocupando a posição de produtor com maior competitividade, apresentando um aumento da produção de 12,5 milhões de toneladas nos próximos 12 anos, atingindo um montante de 43,2 milhões de toneladas em 2017/18. A produção brasileira de açúcar deverá crescer a uma taxa média anual média de 2,9% no período 2006/2007 a 2017/2018. Para as exportações, a projeção para 2017/2018 indica um volume de 31,27 milhões de toneladas.

Café

As projeções realizadas pela AGE mostram que a produção de café deverá aumentar a uma taxa anual de 0,61% entre 2007/08 e 2017/18. Isto deverá resultar numa produção de 39,1 milhões de sacas de café em 2017/18. O consumo interno deverá crescer mais do que o consumo mundial, pois a taxa prevista é de 2,82% ao ano no período 2007/08 e 2017/18. A área plantada de café deverá sofrer redução nos próximos anos. Deverá passar de 2,3 milhões de hectares em 2006/07 para 2,14 milhões de hectares nos próximos 12 anos. As exportações deverão crescer nos próximos anos a uma taxa de 0,72% ao ano. O volume exportado deve atingir 29,1 milhões de sacas em 2017/18.

Leite

De acordo com as projeções da AGE, a produção de leite deverá crescer a uma taxa anual de 1,92% no período 2007/08 a 2017/18. A produção projetada para o final do período da projeção é de 33,1 bilhões de litros. Essa quantidade produzida representará um acréscimo de 6,41 bilhões de litros em relação a 2006/07. O consumo crescerá a uma taxa anual de 1,84% no período das projeções, atingindo 32,4 bilhões de litros em 2017/2018. Em seu limite superior, o consumo de leite poderá atingir 37,1 bilhões de litros no final da projeção.

Carnes

As projeções de carnes para o Brasil mostram que este setor deve apresentar intenso dinamismo nos próximos anos. As maiores taxas de crescimento da produção no período 2007/08 a 2017/18 são para a carne de frango, que deve crescer a 3,3% ao ano, e a de bovinos, cujo crescimento projetado para este período é de 2,5% ao ano. Por último, a produção de carne suína deverá ter um crescimento projetado de 1,86% ao ano.

As projeções do consumo mostram que a preferência dos consumidores brasileiros é pela carne de frango, cujo crescimento projetado é de 3,3% ao ano no período 2007/08 a 2017/18. A carne bovina assume o segundo lugar no aumento do consumo. Num nível mais baixo de crescimento, situa-se a projeção do consumo de carne suína.

Renegociação da dívida é prioridade

Segundo o ministro da Agricultura, Renhold Stephanes, as projeções não levam em consideração possíveis mudanças climáticas nos próximos 10 anos, situação que poderia alterar todo este quadro. Além disso, Stephanes afirmou que esses números dependem de uma política agrícola mais agressiva para solucionar antigos problemas do setor.

Ele explicou que o crédito precisa crescer e ser mais acessível aos agricultores. Além disso, a implantação de um sistema de seguro rural também é fundamental, assim como melhorias na logística e infra-estrutura do centro-oeste do país para o escoamento da produção. Mas a renegociação das dívidas deve ser a prioridade do governo.

– Os principais pontos seria retirar um pouco a gordura que foi acrescendo a essas dívidas por razões de inadimplência ou por razões de juros elevados até mesmo decorrentes de planos econômicos. No sentido de dar uma condição mais liquida da dívida e uma condição de pagamento mais de acordo com a renda do produtos – disse o ministro.

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