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 | 18/12/2007 13h48min

Movimentos sociais pedem diálogo sobre transposição do rio São Francisco

Dez caravanas de vários Estados vão a Brasília protestar contra a obra

Cerca de dez caravanas de vários Estados chegam nesta terça, dia 18, a Brasília para um protesto contra a transposição do rio São Francisco. São integrantes de 30 movimentos sociais que apóiam a greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio, que chega ao 22º dia. O religioso pede a suspensão das obras no rio.

O padre Antônio Pereira, pároco da Catedral da Barra (BA), cidade da arquidiocese de dom Cappio, disse que a manifestação visa a sensibilizar o governo sobre a necessidade de um diálogo com a sociedade.

– Dom Cappio fez o seu primeiro jejum (em 2005) e foi feito um acordo de abrir um amplo diálogo com a sociedade civil. Isso foi negado. Diante disso, ele retomou o jejum em oração e está disposto a doar sua vida pela causa do rio São Francisco e a vida do povo ribeirinho, que depende dele para a sobrevivência – disse o padre Pereira.

A integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Marina dos Santos também pede a abertura de um diálogo entre governo e movimentos sociais.

– São questões defendidas pelos movimentos sociais e organizações de trabalhadores e estão encampados nesse jejum feito simbolicamente por dom Cappio, no sentido de que também a população possa discutir e o governo possa abrir um espaço de diálogo com a sociedade. Esse processo nos foi negado desde o princípio da transposição do rio São Francisco.

O padre Antônio Pereira afirmou também que rio está morrendo e que, por isso, as obras devem ser suspensas.

– Para nós, a transposição é um sinal de morte, porque o rio está anêmico. Dom Luiz Cappio costuma dizer que um anêmico não pode doar sangue. Nós que moramos na beira do São Francisco percebemos que o rio está morrendo aos poucos.

O movimentos sociais defendem a revitalização do Rio São Francisco com a construção de poços artesianos, cisternas e captação de água da chuva.

O protesto dura até quarta, dia 19, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar o pedido de agravo do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que pede a suspensão das obras de transposição do rio São Francisco.

AGÊNCIA BRASIL
 
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