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 | 22/12/2007 07h50min

Municípios paraibanos apostam na produção de orgânicos

Feiras naturais beneficiam produtores e moradores locais

Se para alguns o consumo de orgânicos virou sinônimo de qualidade de vida, para outros, além disso, os produtos são indicadores de bons negócios. Pelo menos dois municípios do litoral da Paraíba implantaram sua própria feira de orgânicos.

Em Pedras de Fogo (PB), a feira foi inaugurada semana passada e passa a ser realizada todas as quartas-feiras. Com isso, a população pode comprar e levar para casa produtos sem inseticidas e produzidos em uma das quatro comunidades rurais da região. O outro município a contar também com a venda de orgânicos é Jacaraú (PB).

Na feira, os consumidores podem encontrar frutas da época, alfaces, coentros, cebolinhas, berinjela, cenoura, tomate, cultivados por 50 produtores de hortaliças e 48 produtores de fruteiras distribuídos pelas comunidades de Cabanas, Engenho Novo II, Nova Aurora e Campo Verde. Hoje, Pedras de Fogo e arredores já possuem 27 hectares de novos plantios que têm provocado à elevação no nível da qualidade alimentar das famílias dos produtores.

– Conduzir o produto orgânico feito na região para o mercado da própria região é uma alternativa inicial que beneficia todos os lados da comunidade – assinala Reinaldo Ferreira, gestor do projeto de Agricultura Orgânica do Sebrae na Paraíba.

Para ele, a estratégia é uma forma de ampliar mercado para os produtos que têm a oportunidade de ter os produtos conhecidos. A iniciativa é resultado da parceria entre Ministério da Agricultura, Sebrae/PB, Emepa, Prefeitura Municipal e a Associação de Produtores.

Severino Viegas dos Santos, da comunidade Cabana, é um dos agricultores que vêem vantagens na produção orgânica. Por semana, ele consegue uma renda média de R$ 160 com a venda de hortaliças, feijão verde e frutas.

– Antes eu trabalhava só com inhame e macaxeira e eu só tinha renda em alguns períodos do ano. Agora todo dia eu tenho um trocado – disse.

Para a prefeita Clarice Ribeiro, a intenção é de que a feira se consolide e, aos poucos, seja ampliada.

– O agricultor tem que sair dessa rotina de ter apenas uma produção. É importante que ele tenha lucro e qualidade de vida – disse.

Ela informou que há possibilidade, inclusive, da prefeitura realizar pequenas compras dos produtores com destino às creches e hospitais do município.

Agricultor reduz lucro e investe na produção

Raimundo Miguel da Silva, morador da comunidade rural Campo Verde, é um dos agricultores que apostaram na atividade. Por semana, ele colhe mais de 500 pés de alface e outros 500 de coentro que são vendidos na região. Miguel possui uma área de meio hectare que destinou há três meses para o cultivo de hortaliças. Ele e outros agricultores participaram da Feira de Orgânicos do município que contou com oito barracas com frutas, hortaliças, bolos e ervas.

Para não trabalhar só e ganhar força na hora de vender o produto no mercado, Miguel se uniu a outros 12 moradores da comunidade.
– Por enquanto, estamos tirando uma renda de R$ 30 por semana, o restante é revertido para o campo – disse.

Na propriedade dele, já foi construído poço, comprado equipamentos e ampliada a área de produção.

Na região de Pedras de Fogo, o cultivo de orgânicos não fazia parte da cultura produtiva dos pequenos agricultores do município e das circunvizinhanças. As pequenas propriedades praticavam uma agricultura de subsistência e não trabalhavam a terra como uma alternativa de complementação ou mesmo como fonte única de renda.

– Hoje, o agricultor tem diversidade no campo e saiu de um modelo meramente familiar para o industrial. A expectativa é que para 2008 a produção de frutas dê um salto de qualidade e quantidade na região – disse.

Natural

Em uma produção diferenciada em relação à praticada na região, os agricultores aprendem com o cultivo orgânico de frutas e verduras sobre a necessidade de respeito ao meio ambiente. Hoje, os donos de terra na Zona da Mata iniciaram o processo de substituição de fertilizantes convencionais por outros biofertilizantes, feito com o esterco, restos de vegetação, leite e mel.

O controle de pragas em propriedades assistidas pelo Sebrae também dispensa o uso de defensivos agrícolas industriais. Em lugar deles, o extrato de urtiga, cinza, alho e uma variedade de produtos são usados como inseticidas naturais que, além de não agredirem a natureza, apresentam baixo custo.

Com a aplicação de pequenas intervenções, a exemplo da poda, seleção de sementes, espaçamento entre as árvores, explicou Reinaldo, a produtividade da área poderá aumentar em 100% no tocante a fruticultura.

AGÊNCIA SEBRAE
 
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