Luciane Kohlmann  |  luciane.kohlmann@canalrural.com.br

Especialistas em agronegócio discutiram nesta quarta, dia 28, em São Paulo os rumos do setor e apontaram tendências e novidades de cada segmento. O ano de 2007 representa um momento de mudanças, e todos acreditam em boas perspectivas para o mercado de alimentos.

Os preços altos do trigo, do milho e da soja são reflexos do bom momento para o setor de grãos, mercado que o economista José Roberto Mendonça de Barros considera promissor.

– Com a soma de biocombustíveis e com a demanda por alimentos crescendo, principalmente na Ásia, mais a questão de reposição de estoques, é o que formam um quadro muito interessante para os grãos nos próximos anos. E o Brasil é o país que mais vai se beneficiar disso – disse o economista.

Boas perspectivas também para as carnes. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, acredita que o Brasil possui um futuro brilhante e um mercado enorme a ser explorado em todo setor de proteína animal.

– Depende de nós, de trabalharmos direito, de enfrentarmos a febre aftosa, enfrentar o serviço público da sanidade animal. Então o futuro é brilhante, desde que a gente tenha responsabilidade e trabalho – afirmou Camargo Neto.

O álcool apresenta um cenário mais apreensivo. Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) mostrou que as tendências a longo prazo são muito positivas, com perspectivas de grande demanda interna e externa e com a produção de bioeletricidade. Mas um problema incomoda o setor: a volatilidade dos preços.

– Neste momento, os preços estão bastante baixos, seja de álcool, seja de açúcar, e nós ainda não conseguimos consolidar a eletricidade. Então a rentabilidade tende a ser bastante volátil de maneira que alguns novos entrantes, que entraram com perspectivas de grandes lucros rápidos, vão ter dificuldades, não é? – disse Jank

Mesmo com problemas e muitos desafios, há uma questão que é unanimidade entre os especialistas. 2007 é considerado o ano da virada, da retomada dos negócios e do início de uma caminhada de crescimento no mercado interno e externo.

 – É o ano, como um todo para o agronegócio, é o 1º ano de uma virada, com grandes crescimentos, principalmente pela demanda mundial por alimentos. Ou seja, 2007 entrará para a história? Eu acho que 2008 é que irá entrar – afirmou Norberto Giangrande Júnior, especialista em agronegócio.

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