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 | 27/11/2007 09h37min

Sem embargo russo, suíno sobe 50% em Santa Catarina

Rússia volta a abrir mercado e Estado reduz oferta e puxa os preços

Darci Debona  |  darci.debona@diario.com.br

O fim do embargo russo para carnes bovina e suína de oito Estados brasileiros, anunciado na sexta-feira, dia 23, já refletiu no preço do suíno. Nessa segunda-feira, dia 26, as agroindústrias de Santa Catarina reajustaram em R$ 0,10, cerca de 5%, o preço pago ao produtor. Para o consumidor, pode subir até 50%.

O valor-base para o produtor, que era de R$ 1,95 por quilo passou para R$ 2,05 (R$ 2,15 a R$ 2,20 com o bônus por tipificação de carcaça). O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, acredita que o suíno alcançará R$ 2,50 ou R$ 2,60.

– Para o consumidor o aumento poderá chegar a 50% – disse.

Além da maior demanda do mercado russo, a escassez de carne bovina também puxa o aumento de outras carnes. Enquanto o consumidor começa a ficar preocupado, no campo é só comemoração.

O produtor Clair Dariva, da cidade de Chapecó, comemorou o reajuste, mas espera ainda mais. Isso porque o custo de produção também subiu, com a alta do milho e da soja. Ele afirmou que, nos últimos meses, o custo passou de R$ 1,87 para R$ 2,10 a R$ 2,15. Nos últimos dois anos, Dariva reduziu o número de matrizes reprodutoras de 450 para 380, devido ao prejuízo na atividade.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne) de SC, Paulo Ernani de Oliveira, disse que além do mercado russo, há uma pressão pelo aumento do custo, gerado pela alta internacional no preço do milho e da soja. Aliado a isso, há uma demanda interna maior pelo produto, devido às festas de final de ano.

Oliveira acredita que podem ocorrer mais alguns reajustes, mas não de forma muito acentuada. O motivo é que, a partir da metade de dezembro, o Inverno no Hemisfério Norte fecha alguns portos da Federação Russa.

Indústrias têm potencial para aumentar o abate

Para o presidente do Sindicarne, ainda é cedo para avaliar o reflexo ao consumidor, o que será possível a partir de março de 2008. Oliveira, que também é vice-presidente da Perdigão, disse que as indústrias têm potencial para aumentar o abate, aproveitando a ociosidade existente.

A Perdigão pode aumentar em 500 a 600 suínos por dia na unidade do município de Videira e, volume similar no Paraná, conforme a demanda. Atualmente a empresa abate 14,9 mil suínos/dia. Ele afirmou que a escassez de mão-de-obra tende a aumentar, mas pode ser compensada com investimentos em automação industrial.

Para o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, o reajuste foi motivado principalmente pela expectativa de vendas gerada com a reabertura do mercado russo. Ele não considera que o preço deverá aumentar imediatamente ao produtor, pois os estoques para final de ano nos supermercados já foram comercializados anteriormente.

– Para 2008, a expectativa é de aumento no preço da carne suína. O consumidor precisa pensar que o produtor ficou dois anos sem Natal.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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