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 | 13/11/2007 14h27min

Pesquisa sobre contaminação de mercúrio no Acre recebe R$ 550 mil

Também foi anunciada a inclusão de técnicos e equipamentos para o projeto

A partir de 2008, as investigações sobre os casos de contaminação humana e animal por mercúrio no Acre vão receber um apoio financeiro e logístico que promete desvendar a origem do problema que há pelo menos nove anos preocupa a população e profissionais de saúde em todo Estado.

A informação é do diretor operacional do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Wougran Galvão, que anunciou a liberação de R$ 550 mil para o Projeto de Avaliação da Saúde Humana e Ambiente.

Além do aporte financeiro, Galvão anunciou também a inclusão de técnicos e equipamentos a serem envolvidos no projeto, previsto para ocorrer em dois anos, a contar deste mês:

– Junto com o Instituto Evandro Chagas e com órgãos estaduais, faremos uma investigação profunda, buscando descobrir a fonte do mercúrio, seus impactos no meio ambiente e na população. Vamos capacitar técnicos do instituto em Geotecnologia, usando a infra-estrutura do Censipam, desde aviões até o apoio financeiro a todas as atividades associadas.

A diretora do Instituto Evandro Chagas, Elisabeth Santos, disse que a instituição tomou conhecimento do problema da contaminação em 1997, quando foi solicitada para investigar a situação.

– Na época, fizemos a recomendação de que o projeto deveria continuar em outras linhas, mas não houve possibilidade de fazê-lo. Agora, vamos pesquisar o meio ambiente para saber qual é a fonte que libera mercúrio para o Acre e qual é a rota, além do pescado, que também apresenta níveis altos de mercúrio.

As ações a serem implementadas pelo Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, pelo Censipam e pelo governo do Acre são fruto de um acordo de cooperação entre essas entidades, feito a partir de uma solicitação da deputada Perpétua Almeida (PCdoB).

De acordo com Santos, a Amazônia concentra teores de mercúrio maiores que os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que coloca as condições naturais do meio ambiente amazônico como uma das causas do problema enfrentado.

Por causa das chuvas que começam agora e só terminam em março, a coleta de materiais para análise começará em abril. Até lá, os envolvidos no projeto vão participar de reuniões com as instituições locais que também devem serão incluídas nas ações.

O diretor operacional do Censipam lembra que o trabalho começa em janeiro.

– Temos uma série de reuniões com os órgãos envolvidos para preparar o ambiente para coleta. Isso envolve secretarias municipais e estaduais para criar, no campo, as condições necessárias para coleta das amostras de água, sedimentos, solo, sangue, cabelo, etc.

A contaminação por mercúrio pode acontecer em níveis diferentes e causar ao ser humano efeitos neurodegenerativos com o comprometimento motor, auditivo e visual, ou ainda problemas pulmonares e renais, podendo levar à morte.

AGÊNCIA BRASIL
 
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