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 | 12/11/2007 06h47min

Lula já sonha com cadeira na Organização dos Países Exportadores de Petróleo

Brasil defenderia redução do preço do barril, que encosta em US$ 100

De carona no potencial da área de Tupi e de toda a região da camada de pré-sal na costa brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ambiciona uma cadeira na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

No sábado, dia 10, em Santiago do Chile, Lula ponderou que só poderá solicitar ingresso quando se transformar em exportador de óleo, mas confirmou ter "intenção de participar de um fórum desses, que pode decidir políticas para o mundo todo".

– E obviamente que, se o Brasil participar da Opep, vamos brigar para que baixe um pouco o preço do petróleo, porque é uma das contribuições que os países ricos em petróleo podem dar – disse, pouco antes de embarcar de volta para o Brasil.

Nesse domingo, dia 11, integrantes da Opep admitiram a possibilidade de elevar a produção do cartel para segurar os preços, que ameaçam cruzar o limite dos US$ 100. Os ministros têm reunião programada para 17 e 18 deste mês, em Riad, na Arábia Saudita.

– A Opep não duvidará em aumentar sua produção, se for necessário – garantiu o ministro kuwaitiano do Petróleo, Mohammad al-Olaim.

Sem disfarçar o contentamento com a descoberta anunciada quinta-feira, dia 8, poucas horas antes da partida para Santiago, Lula lembrou que a entrada na Opep só pode se concretizar quando começar a exploração da reserva de óleo e gás de Tupi, na Bacia de Santos, e tiver um excedente de exportação - mais vendas ao Exterior do que compras.

– É o coroamento de um país que durante tanto tempo esteve a ponto de desabrochar e às vezes murchava. Nós agora estamos vivendo um momento bom na economia e esta descoberta de uma reserva excepcional de um petróleo de qualidade e de muito gás, coloca o Brasil numa situação privilegiada – festejou o presidente, comentando que, durante a cúpula ibero-americana, foi tratado com "deferência", e chamado de brincadeira de "xeque do petróleo".

Também comentou a resposta que deu ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que o havia chamado de "magnata petroleiro":

– Eu disse ao Chávez que antes de eu tirar um litro, ele já tinha socializado o meu petróleo. Eu falei: deixa eu tirar um litro de petróleo pelo menos – contou Lula, rindo.

Nesta semana, Lula terá de enfrentar as críticas internas à retirada de 41 blocos dos lotes da 9ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa forma de licitação anual define as concessões para exploração e produção no Brasil, que ainda tem escassa participação de companhias independentes. Levantamento divulgado pelo governo aponta que, com a área de Tupi, com participação da britânica BG Group e da portuguesa Petrogal, a fatia das estrangeiras se elevaria de 5% para 15% nas reservas nacionais - se a área atingir o potencial máximo de 8 bilhões de barris.

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