A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) leiloou nesta quarta-feira um total de sete lotes que prevêem a construção, operação e manutenção de 1.941 quilômetros de novas linhas de transmissão e mais quatro subestações de energia. Os empreendimentos receberão investimentos totais de R$ 1,05 bilhão e devem gerar 9,6 mil empregos diretos. Dezessete empresas e quatro consórcios disputaram o leilão.

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) arrematou o primeiro lote do leilão, numa disputa acirrada com a espanhola Isolux. A empresa, que pertence à colombiana ISA, ofereceu deságio final de 57% sobre os R$ 66,68 milhões de receita anual permitida que foram propostos pela reguladora. Esse lote refere-se a duas linhas de transmissão. A primeira, ligando Colina, no Tocantins, e Ribeiro Gonçalves, no Piauí, e a segunda, ligando esta última cidade a São João do Piauí, num total de 720 quilômetros de extensão. O investimento estimado para construção dessas duas linhas é de R$ 471,17 milhões, com previsão de entrada em operação em 21 meses, após o início da construção.

A espanhola Cymi Holding arrematou o segundo lote, com deságio de 56,86%. A companhia apresentou proposta para uma receita anual de R$ 13,756 milhões ante o proposto pela reguladora de R$ 31,88 milhões. Esse lote refere-se à construção de uma linha de 400 quilômetros ligando São João do Piauí a Milagres, no Ceará. O investimento previsto é de R$ 223,35 milhões e a previsão de entrada em operação comercial é de 21 meses após o início da construção.

O consórcio Jauru — composto pela Eletronorte (45%), Bimetal Indústria e Comércio (20%) e a italiana Terna Participações (35%) — arrematou o terceiro lote, com deságio de 53,5%. O consórcio ofereceu a proposta de receita anual de R$ 14,946 milhões ante o proposto pela Aneel de R$ 32,14 milhões. Para arrematar esse lote, o grupo teve que participar da disputa em viva-voz com as espanholas Elecnor, Cymi e Cobra. O lote prevê a construção de linhas de transmissão de Maggi a Nova Mutum (MT) e mais duas subestações. O investimento previsto é de R$ 228,56 milhões.

A Eletrosul venceu o quarto lote, com deságio de 48%. A empresa ofereceu proposta de receita anual de R$ 3,84 milhões ante o proposto pela Agência de R$ 7,4 milhões. O lote prevê a construção de uma linha de transmissão de Presidente Médici a Santa Cruz, ambas no Rio Grande do Sul, num total de 233 quilômetros de extensão. O investimento previsto é de R$ 52,71 milhões.

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobrás, arrematou o quinto lote para a construção de 110 quilômetros, ligando Jardim, em Sergipe, a Penedo, em Alagoas, mais uma subestação em Penedo. A Chesf ofereceu deságio de 40% com uma proposta de receita anual de R$ 2,819 milhões ante R$ 4,69 milhões, da proposta da agência reguladora. O investimento estimado é de R$ 33,69 milhões.

Os dois últimos lotes do leilão foram arrematados por empresas brasileiras. A Copel ofereceu deságio de 52,84% para construir a linha de transmissão entre Bateias e Pilarzinho, no Paraná. A Eletronorte levou o último lote com deságio de 51% para construir uma subestação de energia no Maranhão. Os investimentos previstos para os dois empreendimentos somam R$ 41 milhões.