A demora na divulgação do resultado dos exames de sorologia realizados em bovinos de Mato Grosso do Sul está tirando a paciêcia dos pecuaristas do Estado. O laudo que vai concluir se o vírus da febre aftosa foi definitivamente erradicado da região já devia ter sido divulgado há mais de dois meses. 

A análise é considerada fundamental para que Mato Grosso do Sul busque a recuperação do status de área livre de febre aftosa com vacinação. Para os pecuaristas, o constante adiamento da divulgação pode prejudicar ainda mais a imagem da produção bovina local, já abalada pelos casos da doença em 2005. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar da Silva Júnior, cobra agilidade do Ministério da Agricultura.

- Os pecuaristas estão frustrados com o descaso com esta situação - ressalta.

As amostras foram coletadas em bovinos de 104 propriedades rurais de todo o Estado. Inicialmente a previsão era de que o resultado saísse na primeira quinzena de agosto, mas o Minisério da Agricultura achou que as análises poderiam ser comprometidas por causa do curto espaço de tempo entre as coletas, e exigiu uma nova retirada de sangue em setembro. Para a Associação de Criadores, a demora na divulgação é conseqüência da falta de comunicação entre as autoridades sanitárias.

- As autoridades precisam falar a mesma língua, porque essa falta de comunicação pode prejudicar a produção pecuária de Mato Grosso do Sul - afirma Laucídio Coelho Neto, presidente da Acrissul-MS).

O resultado dos exames deve sair ainda esta semana, e de acordo com a Superintendência Federal de Agricutura, etá descartada a possbilidade de que o atraso tenha sido motivado por algum problema com as análises.

- Não há problema algum com as análises. Como são 50 mil amostras, a avaliação é trabalhosa e exige muita cautela para que o laudo final seja bem claro e conclusivo - explica o Superintendente Federal de Agricultura de MS, Orlando Baez.

A expectativa das autoridades sanitárias e da classe produtora é de que os exames comprovem que o trabalho de erradicação da febre aftosa foi bem feito e que não há mais circulação do vírus da doença no Estado. O resultado deve ser apresentado aos técnicos da Missão Européia que desembarcam em Mato Grosso do Sul no próximo dia 12. Os europeus irão avaliar a produção bovina local e visitarão propriedades rurais, frigoríficos e a região de fronteira com o Paraguai, onde foram registrados casos da doença há dois anos.

luiz.patroni@canalrural.com.br

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LUIZ PATRONI/CANAL RURAL