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 | 17/10/2007 20h09min

Pecuária de leite em Minas Gerais sofre com forte estiagem

Cenário da seca ocupa diferentes regiões mineiras

O Estado de Minas Gerais sofre com a estiagem e a pecuária de leite é a que mais está sentindo a falta da chuva. O cenário da seca ocupa diferentes regiões mineiras. No interior de Uberaba a situação é a mais critica. Na fazenda Espinha, o pecuarista Valdir de Oliveira Lopes passou a pé por onde antes estava um córrego, onde agora há somente folhas e terra.

– No início do ano eu pescava traíra e lambari à vontade aqui. Meu pai que é mais antigo, diz que em 50 anos nunca tinha secado – confirma Valdir.

O pecuarista entra no brejo para buscar uma planta chamada de São José, o último recurso para alimentar o gado. Corta as folhas verdes que resistem e segue para triturar junto com a cana-de-açúcar, que também está secando. Uma mistura que vai para o cocho como alternativa para enfrentar a seca e garantir a produção de leite. A silagem de milho acabou a mais de 30 dias.

– Nesta mesma época no ano passado eu tinha silagem de sobra, agora só o São José pra segurar as vacas em pé – lamenta.

O tanque de resfriamento na propriedade de seu Valdir é comunitário e recebe leite das propriedades vizinhas, a produção reduziu em mais de 30%.  Os produtores querem evitar que a vaca literalmente vá para o brejo.

– Olha, se não trazermos o São José pra elas comerem, as vacas vão para o brejo atrás de comida e ficam por lá, onde acabam morrendo – afirma o produtor de leite Vando Pedro de oliveira.

Em uma propriedade vizinha, a 40 quilômetros de Uberaba, o gado caminha com dificuldade, pois não tem o que comer, resultado de quem não se preparou para uma estiagem tão prolongada.

Para se ter uma idéia da estiagem que atinge Minas Gerais, é preciso recorrer aos números: um milímetro de chuva representa 10 mil litros de água espalhados em um hectare. De maio até agora choveu apenas 85 milímetros, cinco vezes menos do que no mesmo período do ano passado. È a pior seca dos últimos 10 anos. A pastagem secou e o gado morre de fome.

O pecuarista Délcio Rosa contabiliza a morte de 30 animais.  Não tinha silagem, nem pasto. Na busca por alimento o gado foi agonizando. Ele espera salvar o resto do rebanho.

– Vou tentar salvar o que puder. Se Deus tiver dó e mandar chuva logo, pode ser que dê para salvar todas, senão vai morrer mais – diz o produtor, já sem esperança de recuperar o prejuízo.

marcelo.lara@canalrural.com.br

MARCELO LARA - REPÓRTER CANAL RURAL
 
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