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 | 10/10/2007 14h09min

UE investe 470 milhões de euros em pesquisa de hidrogênio como combustível

Bloco europeu quer usar pilhas de combustível para carros a partir de 2010

A Comissão Européia (CE) anunciou nesta terça, dia 10, que destinará 470 milhões de euros no desenvolvimento de uma pesquisa envolvendo pilhas de combustível que usam hidrogênio e sugeriu facilitar a comercialização de veículos que usem este tipo de energia limpa.

Estas duas propostas têm como objetivo que as pilhas de combustível de hidrogênio sejam uma realidade no mercado automobilístico em 2010-2020, reduzindo seu tempo de comercialização dois para cinco anos, explicou o comissário de Ciência e Pesquisa, Janez Potocnik.

A primeira proposta aprovada hoje incentivará a pesquisa de pilhas de combustível, e será apoiada pelos 470 milhões de euros do 8º Programa Marco de Pesquisa, aos quais espera-se que se some uma quantidade semelhante do setor privado nos próximos seis anos.

Segundo Potocnik, a idéia é criar "uma série de recursos financeiros e de pesquisa" que impulsione este tipo de fonte energética e que atraia "o setor privado para sua pronta comercialização", ressaltou em entrevista coletiva.

A União Européia (UE) quer promover o uso do hidrogênio porque é uma energia "limpa" - que não produz CO2, apenas vapor d'água -, e cuja matéria-prima pode ser produzida por energias renováveis como a eólica. A segunda medida aprovada pelo Executivo do bloco europeu procura obter a homologação de todos os modelos de automóvel que os fabricantes possam comercializar no futuro.

A intenção seria criar a partir do Executivo da UE um modelo único de homologação que facilite que os fabricantes de automóveis passem do motor baseado no petróleo para um cuja fonte de energia seja o hidrogênio.

– Ninguém é capaz de prever se o carro do futuro terá como base pilhas de combustível de hidrogênio, mas é uma oportunidade que não podemos deixar escapar – disse o comissário de Energia e Pesquisa.

O vice-presidente da CE, Günter Verheugen, afirmou em entrevista coletiva que o desenvolvimento deste tipo de energia "só é viável caso seja assegurado que não produz CO2". Por isso, a obtenção do hidrogênio através de combustíveis fósseis está descartada, "já que não resolve o problema das emissões".

A UE deseja "reduzir os gases que intensificam o efeito estufa mediante o desenvolvimento de energias renováveis que não produzam CO2".

As células de combustível de hidrogênio se baseiam na acumulação desta matéria-prima que, mediante o contato com o oxigênio, produz energia e calor, que se transformam em eletricidade. Esta, por sua vez, é usada para alimentar motores.

Para a obtenção do hidrogênio a partir de água podem ser usados combustíveis fósseis que produzem CO2, mas em menor medida, ou energias renováveis, o que significaria um melhor aproveitamento. Assim, a energia gerada pela natureza poderia ser acumulada.

Até agora, as células de combustível baseadas no hidrogênio se concentraram na substituição das energias fósseis, principalmente o combustível dos veículos. No entanto, podem ser aplicadas também em setores como telefonia celular, informática, produtos para o lar e aplicações industriais.

O vice-presidente da CE esclareceu que os recursos destinados hoje têm como objetivo apenas incentivar o desenvolvimento deste tipo de energia, mas que "não há um calendário planejado, nem um projeto financeiro sobre quanto custaria implantar o hidrogênio nos postos de gasolina da Europa".

Vários fabricantes de automóveis já produziram protótipos com este tipo de propulsão, mas seu uso em massa aguarda novos avanços técnicos na produção e distribuição do hidrogênio em larga escala.

AGÊNCIA EFE
 
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