O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará para Brasília apenas nesta quinta, dia 5, onde cumpre agenda a partir das 9h. Anteriormente, estava previsto que Lula deixaria São Paulo ainda no final desta terça. Ele chegou a São Paulo por volta das 13h30min, após visitar a Argentina e o Chile.

Nesta quinta, Lula recebe o presidente do PT, José Dirceu, às 9h, na Granja do Torto. Às 15h, tem um encontro com o presidente da Coordenadoria Andina de Financiamento, depois recebe, separadamente, os presidentes do Paraguai, Luiz Gonzalez March, do Uruguai, Jorge Battle, e da Bolívia, Gonzalo Sanchez de Lozada. À noite, participa de um jantar no Palácio da Alvorada com o presidente Fernando Henrique e os presidentes dos demais países que integram o Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Na visita ao Chile, Lula colocou em segundo plano a integração regional e preferiu enfatizar a luta pela democracia. Na segunda-feira, Lula usou 13 vezes a palavra "Mercosul" no pronunciamento de cerca de 30 minutos feito nos jardins da Quinta de Olivos, diante do presidente da Argentina, Eduardo Duhalde. Nesta terça, em discurso no Pátio das Camélias do Palácio La Moneda, sede do governo do Chile, o bloco econômico foi citado apenas três vezes. Em contrapartida, o presidente eleito referiu-se oito vezes a "democracia" ou a termos derivados em 12 minutos ao microfone, ao lado do presidente Ricardo Lagos.

A escolha não poderia ser mais adequada ao público e ao local. O PT de Lula e o Partido Socialista de Lagos opuseram-se aos regimes militares de 1964-1985 no Brasil e de 1973-1988 no Chile. O presidente eleito lembrou que os encontros com exilados chilenos eram "quase uma obrigação" em suas viagens à Europa nos anos 80 e recordou o asilo dado pelo Chile a brasileiros antes do golpe do general Augusto Pinochet.