Rússia e China sugeriram nesta segunda, dia 2, à Coréia do Norte que suspenda seu programa de armas nucleares e normalize suas relações com os Estados Unidos. Foi a mais importante intervenção diplomática conjunta já feita pelos dois gigantes na península da Coréia. Os dois países foram os protagonistas do lado comunista na Guerra Fria e se mantêm aliados da Coréia do Norte.

O apelo ao regime comunista norte-coreano foi feito durante uma reunião de cúpula entre os presidentes Vladimir Putin e Jiang Zemin, ambos interessados na aproximação com os Estados Unidos. Putin se tornou o primeiro governante estrangeiro importante a se reunir com o vice-presidente chinês, Hu Jintao, desde que ele foi apontado para suceder Jiang.

A declaração conjunta divulgada após a reunião entre Putin e Jiang também incentiva a reconciliação da Coréia do Norte com a Coréia do Sul e o Japão. O texto faz referência expressa à manutenção de um acordo de 1994, que prevê ajuda tecnológica dos Estados Unidos à Coréia do Norte em troca da desativação dos programas nucleares de Pyongyang.

Com base nesse acordo, os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspenderam em outubro o envio de combustível à Coréia do Norte, após ouvirem uma suposta confissão norte-coreana sobre a fabricação de armas nucleares. A visita de Putin a Pequim transcorre em clima ameno. O líder russo elogiou seu colega chinês pela tranquila transição, e ouviu de Jiang a promessa de eterna amizade entre russos e chineses. A declaração conjunta dos dois toca ainda na questão do Iraque, defendendo os recursos políticos e diplomáticos "com base na rigorosa observância das resoluções do Conselho de Segurança''. As informações são da agência Reuters.