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 | 01/12/2002 22h

Lula tenta fortalecer o Mercosul em sua primeira viagem como eleito

Presidente visitará Argentina e Chile

O peso simbólico da primeira viagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que se iniciou na noite deste domingo, dia 1º de dezembro, pela Argentina e prossegue na terça no Chile, supera em muito as conseqüências práticas imediatas da visita.

A agenda de Lula nos dois países prevê pouco mais que encontros protocolares com os presidentes Eduardo Duhalde, da Argentina, e Ricardo Lagos, do Chile. Mas é significativo que o petista tenha decidido se reunir com os dois futuros colegas argentino e chileno uma semana antes de embarcar para o mais importante compromisso internacional de sua agenda antes da posse: o encontro com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, no dia 10.

O teor da mensagem que Lula deseja transmitir é que seu governo terá uma política externa com orientação solar para o Sul. Essa política, que não difere da adotada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em seus dois mandatos, é vista pelo círculo próximo de Lula como um contrapeso necessário ao poderio americano no terreno comercial e diplomático.

Para pôr em prática esse projeto, o PT considera essencial apostar no renascimento do Mercosul.

– É necessário revigorar o Mercosul, transformando-o em uma zona de convergência de políticas industriais, agrícolas, comerciais, científicas e tecnológicas, educacionais e culturais–, diz o programa de governo de Lula, divulgado em julho.

Apesar de situados no mesmo eixo, Argentina e Chile têm status diferenciados na ótica do futuro governo. O primeiro é membro pleno do Mercosul, com uma longa trajetória de cooperação econômica e política, enquanto o segundo é visto como um aliado a conquistar.

A Argentina terá um lugar privilegiado em nossa política externa. O eixo Brasil-Argentina estará para a região mais ou menos como o eixo França-Alemanha está para a União Européia afirma o secretário de Cultura de São Paulo, Marco Aurélio Garcia, que chegou no sábado a Buenos Aires para acertar detalhes da visita.

Os pronunciamentos de Lula em Buenos Aires e Santiago nada terão das proclamações esquerdistas que marcaram o passado do PT. Os principais dirigentes do partido estão decididos a afastar da política externa qualquer tom de debate ideológico.

LUIZ ANTÔNIO ARAUJO/ ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

 
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