O presidente Saddam Hussein disse ao parlamento iraquiano, em uma mensagem transmitida neste sábado, dia 16, que decidiu aceitar os termos de uma rígida resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar um ataque norte-americano. O líder iraquiano espera que a decisão prove que o país não esconde armas de destruição em massa.

Em uma carta endereçada ao parlamento, Saddam disse que avaliou a recomendação dos parlamentares de rejeitar a resolução da ONU, mas decidiu permitir a volta dos inspetores de armas para frustrar os planos de guerra norte-americanos.

O chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, disse em Paris neste sábado que as inspeções irão começar em 27 de novembro, e alertou Saddam para revelar todos o seu arsenal de armas de destruição em massa. Ainda neste sábado, o vice-primeiro-ministro do Iraque, Tareq Aziz, ressaltou que o Iraque iria dar as boas-vindas aos inspetores da ONU que fazem parte do time formado por Blix e que os trabalhos do grupo iriam mostrar que as afirmações de que Bagdá detém armas de destruição de massa são mentiras.

A carta de Saddam, datada do dia 12 de novembro, foi lida pelo locutor da Assembléia Nacional na sessão de sábado do parlamento. Também foi transmitida pela TV iraquiana e divulgada pela agência estatal de notícias INA.

O parlamento iraquiano recomendou que Saddam rejeitasse a resolução da ONU mas deixou que o ditador tomasse a decisão final. Muitos iraquianos, cansados de duas guerras em duas décadas, ficaram aliviados com a decisão de Saddam. A resolução 1441 da ONU, adotada no dia 8 de novembro, dá ao Iraque uma última chance de se desarmar e cooperar com os inspetores de armas, caso contrário poderá enfrentar consequências graves.

As informações são da Agência Reuters.