Depois de ver rejeitada, nesta terça, dia 12, pelo parlamento iraquiano, a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desarmamento do Iraque, os Estado Unidos aguardam a palavra final do ditador Saddam Hussein.

A Casa Branca classificou a decisão dos paralmentares como "puro teatro" e informou que vai esperar a decisão do líder iraquiano. O presidente George W. Bush chegou a declarar que não levaria em conta a decisão, pois, segundo ele, todas as decisões sempre cabem ao ditador.

– O parlamento iraquiano se limita a carimbar o que diz Saddam Hussein. Não há democracia. O sujeito é um ditador. Queremos ver o que ele vai dizer – afirmou Bush, que já aprovou um plano que prevê a participação de 200 mil militares em uma eventual guerra.

A resolução sobre as inspeções de armas formulada pela ONU foi rejeitada por todos os 250 parlamentares que compõem a Casa e encerrou dois dias de debates na Assembléia Nacional. A palavra final agora recai sobre o Conselho do Comando Revolucionários, órgão dominado por Saddam, que tem até sexta para decidir se aceita ou não a resolução.

– Essa proposta da ONU é um pretexto para a guerra e não uma solução ampla. Ela procura criar uma crise ao invés de buscar um clima de cooperação – declarou o presidente do parlamento, Saddam Hammadi.

Apesar de muitos parlamentares terem criticado a proposta na segunda-feira, havia a expectativa de que a proposta fosse aprovada como forma de evitar uma nova guerra na região. Ainda na manhã desta terça, em um ato surpreendente, o filho mais velho de Saddam, Uday Hussein, pediu em carta enviada aos parlamentares que aceitassem o retorno dos inspetores.

A sessão parlamentar de emergência foi convocada para decidir sobre a resolução aprovada na sexta, dia 8, pelo Conselho de Segurança da ONU. O documento determina que o Iraque libere a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares – inclusive os oito palácios presidenciais.