As inspeções de armas de acordo com a nova resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) terão um padrão de "tolerância zero" com o Iraque e qualquer violação dos termos do documento provocarão sérias consequências. As afirmações foram feitas pela conselheira de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice.

Ela afirmou estar "muito cética" sobre as chances de o presidente Saddam Hussein cumprir todos os pontos da resolução aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU na sexta.

– Precisamos ter uma visão de tolerância zero do regime iraquiano desta vez – declarou Rice neste domingo, dia 10, no programa de TV Fox News Sunday.

– A próxima violação flagrante de Saddam Hussein precisa levar a sérias consequências. O presidente [dos EUA] não faz segredo do fato de que pretende usar a força se os iraquianos não atenderem as exigências da ONU de outra maneira – completou Rice.

Segundo Rice, o presidente americano, George W. Bush, se reserva o direito de usar a força sem a aprovação do Conselho de Segurança se o Iraque violar a resolução. Mas Washington inicialmente discutiria com seus parceiros na ONU antes de agir. Rice afirmou que qualquer ação militar seria feita "de uma maneira bastante multilateral''.

Segundo a resolução aprovada na sexta, que exige que o Iraque se desarme ou enfrente "sérias consequências", Bagdá tem até a próxima sexta-feira para declarar a sua intenção de cooperar. Não haverá negociações, disse Rice.

A TV estatal iraquiana noticiou neste domingo que Saddam havia convocado uma reunião do Parlamento para discutir a resolução. Não foi revelado quando seria esse encontro. O Iraque tem até 8 de dezembro para entregar um declaração completa sobre os seus programas de armas de destruição em massa.

Se não apresentar um balanço completo de seus programas, o Iraque já estaria desacatando a resolução da ONU. E, afirmou Rice, uma negativa da existência desses programas não será aceita.

Rice declarou ainda que Saddam deve levar os inspetores aos locais onde se encontram as armas. Questionada sobre a probabilidade de Saddam atender a todas as exigências feitas pela ONU, a conselheira de segurança nacional respondeu:

– Creio que deve-se ser cético, muito cético.