Os norte-americanos irão escolher nesta terça, dia 5, 435 novos deputados federais, 34 senadores e 36 governadores. Há também vários referendos municipais e estaduais. Em um deles, os eleitores de Nevada decidirão sobre a legalização do uso da maconha.

Como sempre, está sendo difícil despertar interesse entre a população: há mais de um século que republicanos e democratas tentam sem sucesso fazer com que os eleitores compareçam às urnas nas chamadas "midterm elections", eleições em que não está em jogo o mandato presidencial (o voto não é obrigatório no país). Desde 1974, só em uma ocasião o número de votantes superou 40% do total de eleitores registrados. Para os dois partidos, a eleição virou um plebiscito. Se ganharem maioria na Câmara dos Deputados, onde atualmente têm 209 representantes, contra 222 republicanos, e aumentarem sua vantagem no Senado, os democratas poderão transformar Bush em refém do Legislativo. Se os republicanos obtiverem o controle de ambas as casas, o presidente, além de ser contemplado com liberdade de ação, terá suas chances de reeleição em 2004 consideravelmente ampliadas. E quem controlar o governo de Estados importantes como Pensilvânia, Michigan e Illinois disporá de uma significativa vantagem quando chegar a hora de escolher o próximo presidente.

Pesquisas realizadas nos últimos dias indicam que o eleitorado, insatisfeito com ambos os partidos, pretende manter o atual equilíbrio de forças: no Legislativo federal, os republicanos continuariam com o controle da Câmara e, no Senado, os democratas dilatariam sua vantagem, que é de apenas um senador. Quanto aos governos estaduais, ninguém se arrisca a fazer previsões sobre o resultado final.