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 | 24/05/2007 15h12min

Lula confirma nome de Zimmermann para ministro de Minas e Energia

Reunião do conselho político do governo discutiu excessos da PF na Operação Navalha

Convocada para debater a reforma política, a reunião do conselho político do governo, nesta quinta, foi dominada por discussões sobre a Operação Navalha, da Polícia Federal, que desbaratou um esquema de fraudes em licitações públicas e causou a demissão do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, acusado de receber propina de R$ 100 mil da Gautama. No encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o nome do técnico Márcio Zimmermann para o cargo de ministro de Minas e Energia.

Os dirigentes dos partidos da base aproveitaram para reclamar ao ministro da Justiça, Tarso Genro, do que classificaram como "excessos" da PF durante suas ações. Segundo relato do ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, os políticos queixaram-se especialmente do vazamento de informações sob segredo de justiça e de prisões sem justificativa.

Lula deu apoio à operação, mas disse a Tarso que eventuais excessos devem ser apurados e coibidos.

– O presidente Lula pediu que os excessos sejam apurados. O ministro Tarso Genro reconheceu que houve excessos, mas ressaltou a importância das operações – disse Mares Guia.

Presidente lamenta saída de Rondeau, "homem de bem"

De acordo com políticos presentes à reunião desta quinta, Lula lamentou a saída de Rondeau e disse que foi "muito duro" tirar o ex-ministro. O presidente teria afirmado ainda que tem consciência de que deixou a pasta "um homem de bem, sem posses e que terá dificuldades em pagar advogados". Na carta de demissão entregue a Lula, Rondeau reafirma inocência e diz que deixa o governo para se defender das "descabidas e injustas inverdades" feitas contra ele.

Chinaglia critica vazamento de informações

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), criticou os sucessivos vazamentos de informações da Operação Navalha. Ele argumentou que, se o processo tramita em segredo de Justiça, não deveria haver vazamentos diários de informações sobre os investigados.

– Ou é segredo de Justiça ou não é – disse.

O presidente da Câmara afirmou que vai propor a elaboração de uma legislação rigorosa para punir os responsáveis pelo vazamento de informações que correm em segredo de Justiça. Chinaglia citou, como exemplo, o caso do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que foi envolvido indevidamente nas denúncias por causa de um homônimo que aparece nas investigações. Ele teve seu nome divulgado como uma das autoridades que constariam da lista de beneficiados com presentes da empreiteira Gautama. O ministro afirmou que e o Poder Judiciário está sendo alvo de "intimidação" por pessoas interessadas em criar "um estado policial".

– Isso é uma indignidade. Isso é inaceitável. Um Estado que acaba expondo a maior corte do país – afirmou.

A situação fez o ministro desabafar nesta quarta-feira e mostrar sua indignação com a PF, com a ministra Eliana Calmon, do STJ, e com o chefe do Ministério Público, Antonio Fernando de Souza.

Calheiros e Sarney acusam PF de proteger petistas

Ainda na terça-feira, antes de Rondeau formalizar o pedido de demissão, Renan Calheiros e José Sarney tiveram uma dura conversa com o presidente Lula: disseram que a PF está fazendo uso político da Operação Navalha, por estar divulgando atos relativos a políticos do PMDB e protegendo petistas.

Na avaliação do grupo do PMDB do Senado, o ministro da Justiça, Tarso Genro, deu carta branca para a PF avançar nas investigações sobre aliados de Sarney e Renan. Tanto Renan como Sarney deixaram claro para Tarso a insatisfação pelo fato de as investigações estarem concentradas em pessoas ligadas a eles. Chegaram a questionar por que os petistas praticamente foram excluídos.

A cúpula do PMDB também tem se perguntado por que a PF não aprofundou, na investigação, a ligação de Zuleido com o grupo político da atual ministra do Turismo, Marta Suplicy, que, nas eleições de 2004 para a Prefeitura de São Paulo, recebeu R$ 150 mil da Gautama.

AGÊNCIA O GLOBO
Reprodução / PUCRio

Márcio Zimmermann será o novo ministro de Minas e Energia
Foto:  Reprodução  /  PUCRio


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