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 | 29/10/2002 10h20min

Coréia do Norte nega apelo japonês para anular programa nuclear

O Japão e a Coréia do Norte iniciaram na terça-feira, dia 29, uma série de negociações, com os norte-coreanos rejeitando a proposta japonesa para suspender seu programa nuclear e ambos os lados em aparente rota de colisão por causa da questão dos japoneses sequestrados há várias décadas. As negociações devem durar dois dias e são as primeiras desse gênero em dois anos.

O chefe da delegação japonesa, Katsunari Suzuki, propôs que as prioridades sejam a questão de armas e a dos sequestros, mas a Coréia do Norte sugeriu que temas mais delicados sejam deixados de lado para não atrapalhar a retomada dos contatos sobre o estabelecimento de relações diplomáticas.

– Apesar de termos nos encontrados para discutir a normalização dos laços, certamente estamos distantes – afirmou o representante norte-coreano, Jong Thae-hwa, a Suzuki, após um aperto de mãos. – Há diferenças sobre várias opiniões. Há questões que não podem ser resolvidas sem cooperação.

Os dois países, inimigos históricos, aceitaram retomar as negociações no mês passado, quando o regime comunista norte-coreano admitiu, de forma surpreendente, que sequestrou cidadãos japoneses nas décadas de 1970 e 80 para que eles ensinassem seu idioma aos espiões da Coréia do Norte. A situação se complicou, porém, pela recente admissão norte-coreana de que o país mantém um programa nuclear com fins militares, violando um acordo de desarmamento firmado em 1994.

Uma fonte oficial japonesa disse que, no primeiro dia de negociações, a Coréia do Norte não demonstrou indícios de que vá congelar seu programa nuclear. No fim-de-semana, os governos do Japão, Estados Unidos e Coréia do Sul emitiram um comunicado conjunto ameaçando cortar ajuda econômica à Coréia do Norte caso o país continue desenvolvendo a bomba atômica.

A Coréia do Norte prefere discutir essa questão apenas com os Estados Unidos, mas o Japão também quer ser ouvido, segundo o ministro da Defesa, Shigeru Ishiba, porque se sente ameaçado. Fontes japonesas dizem que o Japão tem todo o interesse em manter um canal aberto com a Coréia do Norte, pois de outra maneira não haveria como resolver a questão dos japoneses sequestrados. Cinco deles permanecem vivos e outros oito, segundo a Coréia do Norte, morreram por suicídio, doenças ou acidente.

Já a Coréia do Norte deve levar ao Japão pedidos de compensação relativos aos 35 anos de regime colonial imposto por Tóquio à península coreana, até 1945. Em setembro, o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, pediu desculpas pelas ações japonesas, mas rejeitou as propostas de compensação. As informações são da agência Reuters.


 
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