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 | 24/10/2002 23h

Já dura mais de 24 horas seqüestro em teatro de Moscou

Corpo de uma mulher que teria tentado fugir foi resgatado por médicos

O drama vivido por cerca de 700 pessoas mantidas como reféns no teatro Dubrovka, em Moscou, na Rússia, já ultrapassa as 24 horas de duração sem qualquer sinal de uma solução que possa resolver o impasse, acompanhado com ansiedade em todo o mundo. A ação deflagrada por rebeldes independentistas da Chechênia na quarta-feira à noite (tarde de quarta no Brasil) já fez uma vítima. O corpo de uma mulher que teria tentado fugir do teatro invadido foi retirado do local na tarde desta quinta, dia 24, aumentando ainda mais a tensão na capital russa.

Os militantes – entre 30 e 50 – garantem que preferem morrer caso suas exigências não venham a ser atendidas. Os rebeldes pedem que tropas russas abandonem a Chechênia, colocando um fim na guerra iniciada em 1994.

Do lado de fora do prédio invadido, parentes tentavam fazer contato por telefone celular com os reféns, enquanto atiradores de elite se posicionavam em tetos e tropas se movimentavam pelas ruas. A refém Maria Shkolnikova que falou por celular à rádio Echo, de Moscou, relatou que "as pessoas estão à beira de um ataque de nervos". Segundo ela, os reféns receberam apenas água e chocolate durante esta quinta.

Na tarde desta quinta, a libertação de cinco reféns e o encontro de dois parlamentares russos com os guerrilheiros criaram a breve esperança de uma solução sem sangue. Horas depois, porém, a tensão voltou a crescer, quando o corpo de uma mulher não-identificada, baleada no peito e na mão, foi arrastado para fora do prédio por dois médicos que conseguiram entrar no teatro. Logo depois, os rebeldes lançaram granadas, visando duas jovens reféns que conseguiram escapar, ferindo uma delas, disse o porta-voz da polícia de Moscou, Kirill Mazurin.

Entre os reféns estão 30 crianças e 75 estrangeiros, cidadãos de Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Austrália, Áustria e Alemanha. Um britânico, aparentemente doente, foi libertado na tarde de ontem e hospitalizado.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está comandando pessoalmente a situação. Ele disse que a audaciosa invasão foi planejada por terroristas baseados fora da Rússia, o que sugeriria um intenso planejamento por trás da ação, que levou a guerra na Chechênia para a capital russa, onde muitas pessoas davam pouca atenção ao conflito. O ataque foi um duro golpe contra Putin, que dizia repetidamente que a Rússia tinha sob controle a situação na Chechênia.

Grigory Dukor  / Reuters

Corpo de refém é retirado de interior do teatro por médicos
Foto:  Grigory Dukor  /  Reuters


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