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 | 14/10/2002 12h02min

Itamaraty continua sem informações sobre sargento gaúcho em Bali

Marco Antônio Farias foi visto em boate atingida por explosões neste sábado

O Centro de Comunicação do Exército brasileiro e o Ministério das Relações Exteriores aguardam mais informações a respeito do sargento de São Leopoldo Marco Antônio Farias, desaparecido depois do atentado a bomba na ilha de Bali. A expectativa do Exército é de que Farias tenha sido levado para algum hospital e ainda não tenha sido identificado. Nesta segunda-feira, 14 de outubro, o Itamaraty e integrantes do pelotão do sargento fazem buscas em Bali.

No sábado, um grupo de 17 soldados brasileiros (entre eles 10 gaúchos)  que trabalham em Díli, no Timor Leste, estava no local onde ocorreram as explosões. Apenas Farias está desaparecido. O sargento é um dos 19 militares do 19º Batalhão de Infantaria Motorizada de São Leopoldo (RS) que partiram no dia 16 de junho ao lado de outros 51 homens do 3º Batalhão de Polícia do Exército (PE)  para a segunda  missão de gaúchos no Timor Leste. Farias e outros quatro militares do batalhão estavam no grupo que aproveitaram a folga na força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) para conhecer a Indonésia. No total, eram 10 gaúchos – os outros cinco pertenciam ao 3º Batalhão de Polícia do Exército (BPE). O soldado Martin Luther Agner, 22 anos, também do 19º BIMtz, ficou ferido na explosão – teve escoriações leves e queimaduras –, mas após receber atendimento médico foi liberado para voltar ao Timor Leste.

O atentado a bomba contra uma discoteca e um bar-restaurante já vitimou fatalmente mais de 180 pessoas, além de ter deixado outras 281 feridas. O número de mortos ainda deve aumentar, uma vez que as equipes de socorro seguem retirando cadáveres dos escombros.

As devastadoras explosões estão relacionadas com a rede Al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden, disse nesta segunda-feira o ministro de Defesa da Indonésia, Matori Abdul Djalil. Ele acrescentou que a ação na ilha do Pacífico contou com a colaboração de terroristas locais.

O ataque, o mais grave desde 11 de setembro de 2001, desperta a suspeita de que a rede Al-Qaeda possa estar se reagrupando e planejando novos atentados, após ser expulsa do Afeganistão pela ação militar dos Estados Unidos. Vários países do Ocidente e da Ásia cobraram da Indonésia medidas firmes contra o radicalismo islâmico no país. Muitos indonésios se mostraram atônitos com os atentados . Para tentar identificar as vítimas, pequenos grupos de amigos e parentes voaram para Bali nesta segunda e foram direto para os necrotérios. Silenciosamente, eles foram levados para uma sala do hospital Sanglah, onde viram fotos dos corpos.

Uma equipe do FBI está a caminho de Bali para colaborar nas investigações. Após receber um primeiro relatório do FBI e da CIA, o senador republicano Richard Shelby disse que há "uma ligação terrorista definitiva'' entre as explosões, e que novos atentados podem ser esperados. Uma fonte do governo dos EUA, que pediu anonimato, disse que a Al-Qaeda seguramente tem presença na Indonésia, mas que ainda é cedo para atribuir os ataques ao grupo de Osama bin Laden. A Al-Qaeda já é suspeita de um atentado ocorrido na semana passada no Kuwait, que resultou na morte de um fuzileiro naval. Também na semana passada houve uma explosão em um petroleiro francês no Iêmen, que pode ter sido provocado pelo grupo. No domingo, o jornal The New York Times citou funcionários do governo para os quais esses incidentes são uma demonstração de que "a rede terrorista está se reconstituindo, com grupos menores decididos a iniciar novos ataques, com mensagens inflamadas dos líderes da Al-Qaeda.''

Com informações da agência Reuters e da Rádio Gaúcha.

 
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