Apesar de a CIA (agência de inteligência americana) acreditar que o regime de Saddam Hussein só vai usar armas de destruição em massa contra os EUA se for atacado, o Congresso americano se encaminha para aprovar uma resolução autorizando o presidente George W. Bush a empregar a força contra o Iraque. A votação na Câmara dos Deputados deve ocorrer nesta quinta, dia 10, depois de vários dias de debates.

No Senado, onde a oposição democrata promete usar estratégias regimentais para estender as discussões até a próxima semana, a aprovação também parece certa. O governo do Iraque, por sua vez, aceitou ontem, após uma semana de resistência, permitir que os inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) interroguem iraquianos onde e quando for necessário, de acordo com Hans Blix, chefe dos inspetores da organização.

O consentimento foi dado por meio de uma carta, com data de terça-feira e endereçada a Amir El-Sadi, chefe da delegação iraquiana nas negociações de Viena, na Áustria. Os inspetores “poderão entrevistar qualquer pessoa no Iraque que possa ter informações relevantes para seu trabalho”, disse Blix. Em meio à crise com os Estados Unidos, mais de 11,5 milhões de iraquianos irão às urnas em um plebiscito na próxima terça-feira.

A consulta tem o objetivo de endossar a reeleição de Saddam Hussein, concedendo mais um mandato de sete anos ao ditador. No norte do Iraque, aviões dos EUA bombardearam ontem lançadores de mísseis na zona de exclusão aérea, por considerá-los uma ameaça às patrulhas aéreas. De acordo com a a agência de notícias iraquiana INA, os ataques atingiram instalações civis na província de Ninive, deixando quatro mortos e 10 feridos.