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 | 04/10/2002 01h06min

Presidenciáveis encerram último debate antes do pleito

Candidatos trocaram acusações e apresentaram suas propostas

Os quatro principais candidatos à Presidência da República encerraram já na madrugada desta sexta-feira, 4 de outubro, o último debate antes das eleições do dia 6 de outubro, realizado pela Rede Globo. Mediados pelo jornalista William Bonner, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS) discutiram suas propostas de governo e trocaram acusações. O mais atingido pelas críticas foi o governista José Serra.

O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) começou o quarto bloco e perguntou a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se, caso seja eleito, extinguirá a contribuição de intervenção do domínio econômico (Cide) - imposto embutido no preço da gasolina. Lula disse que o vencedor das eleições terá que gerenciar um país com poucos investimentos e que para isso tudo será discutido e revisto. Garotinho não ficou satisfeito com a resposta e acusou Lula de não responder a pergunta. Na tréplica, o candidato do PT disse que é necessário rever o sistema tributário e o modelo econômico para que o país volte a crescer e haja distribuição de renda. Ele também respondeu às acusações sobre falta de posicionamento:

– Não estou fazendo campanha para ser oposição, mas sim para ser governo. Por isso sou obrigado a ter responsabilidade.

Afirmando que José Serra (PSDB) coordenou o processo de privatização do setor elétrico quando foi ministro do Planejamento, Lula indagou se o tucano o faria novamente. Queixando-se de Lula nunca tê-lo perguntado sobre saúde, Serra defendeu o investimento misto no setor, afirmando ser preciso investimento maciço para não faltar energia, inclusive incentivando o racionamento de energia. Ele garantiu que, se eleito, não faltará energia no país.

Lula disse que no governo de Fernando Henrique o investimento no setor elétrico caiu pela metade e afirmou que o presidente foi alertado em 1996 de que poderia haver colapso de energia no país, o que acabou acontecendo porque ele não deu ouvidos aos alertas. Lula ainda disse que o governo precisa investir em infra-estrutura para atrair investimentos.

Em vários momentos do quarto bloco, José Serra fez alusão a um segundo turno entre ele e Lula, dando com certo este cenário. Ao responder indagações de Lula, Serra chegou a afirmar:

– Lula, tenho certeza que nós dois vamos para o segundo turno, e cada um vai saber enfrentar a questão da energia.

Ao responder o questionamento do mediador William Bonner, sobre a possibilidade de seu governo revisar os contratos de concessão de energia, Lula disse que as revisões seriam feitas. Segundo ele, "não é humano que um trabalhador ganhe em reais e pague em dólar". O candidato do PSDB, José Serra, respondendo à mesma questão, disse que acha que o preço deve continuar controlado, que o problema está no índice escolhido e que devem ser mantidos os subsídios dados às famílias de baixa renda.

Na vez de José Serra fazer a pergunta, o tema escolhido foi blocos comercias e a questão foi dirigida a Ciro Gomes (PPS). Serra declarou que o fundamental é enfatizar o livre comércio e que o Brasil precisa investir mais também no Mercado Comum Europeu. Ciro Gomes disse que os países integrantes do Mercosul deveriam ter prioridade de negociação com o Brasil. Ciro destacou que, apesar da Argentina estar passando por um momento de forte crise econômica "devemos manter uma parceria".

O cenário eleitoral no segundo turno foi questão que Ciro Gomes dirigiu a Anthony Garotinho (PSB). Visivelmente irritado com as declarações de Serra de que o segundo turno já estaria definido entre ele e Lula, Ciro perguntou se Garotinho realmente achava que o quadro já estava certo e qual a importância do debate nas eleições.

Garotinho aproveitou a questão para defender sua campanha e acusar todos os adversários. Segundo ele, um candidato se juntou a Sarney (Lula), outro se juntou com Collor (Ciro) e o outro tem vergonha de dizer que é do governo (Serra). Garotinho finalizou dizendo que seus adversários fizeram alianças com pessoas que ajudaram a afundar o país, enquanto ele é o único que sai de uma "campanha limpa".

Ciro disse que ele e os demais candidatos de oposição sofreram uma campanha sórdida de difamação. O presidenciável disse estar com medo de que até o dia 6 de outubro apareçam novas denúncias falsas contra ele.

Nas considerações finais, cada candidato agradeceu a oportunidade de participar do debate e pediu a chance de poder governar o país. Lula disse que somente ele poderá fazer o Brasil recuperar dignidade. Serra lembrou de sua origem humilde e prometeu um projeto de mudança segura. Ciro Gomes propôs um projeto de esperança e agradeceu a sua mulher, a atriz Patrícia Pillar. E Anthony Garotinho reforçou o compromisso de baixar os juros.

 
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