O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, obteve nesta quarta, dia 2, autorização para deter o alegado programa de armas de destruição em massa do Iraque com o uso da força. A Câmara dos Deputados norte-americana chegou a um acordo sobre os termos de uma resolução que permite a mobilização das forças armadas para atacar o território iraquiano.

O líder democrata da Câmara, Richard Gephardt, disse que a resolução, cujo texto não deve ser aprovado pelo Congresso antes da próxima semana, deixa claro que o Iraque deve ser tratado com força militar se a diplomacia falhar. O acordo com os líderes da Câmara baixa do Congresso foi viabilizado depois de a Casa Branca aceitar várias concessões em sua proposta inicial. O Senado ainda está discutindo a linguagem de uma resolução.

Na quarta-feira, o Iraque concordou em abrir todas as instalações suspeitas aos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU). As resoluções anteriores, no entanto, limitam a ação dos inspetores nos palácios presidenciais. Por essa razão, os EUA e a Grã-Bretanha não querem que os inspetores voltem antes de o conselho da ONU aprovar uma nova resolução exigindo que o Iraque permita acesso irrestrito a todos os locais suspeitos e preveja "conseqüências" no caso de o governo de Saddam obstruir os trabalhos. Os inspetores devem desembarcar em Bagdá em duas semanas.

O esboço que os EUA e a Grã-Bretanha tentam convencer os demais membros permanentes do conselho a aprovar (Rússia, China, França) dá um ultimado de sete dias para o Iraque aceitar suas obrigações e 30 dias para que o país forneça uma declaração completa e atualizada sobre suas armas de destruição em massa e os locais de armazenamento e produção. O texto estabelece que a ONU ou um país membro poderá recorrer a "todos os meios necessários, incluindo a ação militar", se o governo iraquiano não cooperar.