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 | 30/09/2002 02h01min

Semana começa com expectativa de pressão sobre o câmbio

Vencimento de títulos cambiais do governo aumentam a tensão

A semana começa com expectativa sobre o dólar, que terminou a última sexta-feira, dia 27, cotado em R$ 3,87, estabelecendo mais um recorde do Plano Real. Pelo menos três fatores continuam tensionando o mercado: as novas pesquisas eleitorais divulgadas no fim de semana, que aumentam as chances de Luiz Inácio Lula da Silva vencer no primeiro turno, o mercado futuro do dólar e o vencimento, nesta terça-feira, dia 1º, de US$ 1,25 bilhão em dívida cambial do governo.

A tensão esperada para esta segunda está relacionada com o fato de que a rentabilidade dos títulos cambiais que vencem nesta terça é definida Ptax. Esta taxa medida pelo Banco Central (BC) é calculada com base na média das cotações dos negócios realizados ao longo de um dia no mercado de câmbio. Por isso, nas vésperas de vencimentos de títulos cambiais, os investidores buscam estimular a alta das cotações. O ambiente pré-eleitoral e a incerteza na economia mundial contribuem para o alto nível de ansiedade.

O BC já anunciou que pretende rolar no máximo 70% do US$ 1,25 bilhão que vence terça. Na sexta-feira, o banco começou a operação, mas não foi bem-sucedido. Renegociou cerca de 21% dos papéis, pagando taxas de 30% ao ano. O objetivo de avançar na rolagem foi barrado pelas altas taxas exigidas pelos investidores. Na opinião de vários analistas, há forte demanda por dólar e, por isso, é praticamente certo que os detentores dos títulos irão pedir muito mais como prêmio para renovar os papéis. A busca dos investidores pelo dólar aumentou também porque eles procuraram a moeda no mercado para renovar a proteção (hedge) que perderão já que o BC não vai rolar a dívida em sua totalidade. Mas o BC não acredita que haja tal demanda. Segundo o corpo técnico da instituição, se houvesse uma necessidade real de hedge, os investidores não estariam exigindo juros tão elevados como prêmio.

Outro fator que puxa as cotações são os vencimentos dos contratos futuros de dólar no último dia do mês. É a data da já conhecida queda-de-braço entre os vendidos (que querem a queda do dólar) e os comprados (que ganham com a alta da cotação). Junte-se a essa mistura o fato de que a disparada do dólar já começa a provocar estragos nos índices de inflação. E tudo indica que o estresse provocado pelo vencimento de dívidas do governo tende a continuar. Ao longo do ano, o governo foi renovando contratos de papéis cambiais com prazos cada vez mais curtos. Agora, há um grande volume de títulos vencendo neste final de ano. O maior vencimento de cambiais ocorre dia 17 de outubro, cerca de R$ 3,62 bilhões. Já no dia 23 de outubro, vence mais US$ 1,09 bilhão.


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