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 | 20/09/2002 18h49min

Assassinatos e protestos marcam eleição na Cachemira

Mais um ativista do partido da situação foi morto na sexta-feira, dia 20, na Cachemira indiana – o quarto na semana – e a polícia lançou gás lacrimogêneo contra uma manifestação separatista, dias antes do segundo turno da eleição local. Moulvi Mohammed Hussain, do partido Conferência Nacional, foi morto a tiros em sua casa a 65 quilômetros ao sul de Srinagar, capital de verão do Estado de Jammu e Cachemira, disse a polícia.

A polícia também prendeu o líder separatista Javed Mir por pedir um boicote à votação de terça-feira, dia 24. A Índia pretende vencer a eleição para aumentar seu controle no Estado, centro de uma disputa militar com o rival nuclear Paquistão. Policiais e manifestantes entraram em conflito perto da principal mesquista de Srinagar depois das orações do meio-dia.

O primeiro turno da votação, na segunda-feira, foi pacífico. Mas autoridades advertiram que a violência pode aumentar antes dos últimos três turnos, que terminam em 8 de outubro, e que incluirão áreas muito voláteis da Cachemira. Separatistas islâmicos prometeram impedir a eleição, atingindo qualquer pessoa envolvida na votação.

Mais de 460 pessoas, incluindo um ministro e cerca de 30 trabalhadores políticos – a maioria da Conferência Nacional – foram mortos desde o anúncio da eleição, em 2 de agosto. O obscuro grupo separatista Al-Arfeen disse ter assassinado dois dos três funcionários da Conferência mortos em Srinagar. Ninguém assumiu responsabilidade pelas outras duas mortes. Forças de segurança disseram que mataram três supostos rebeldes que tentavam cruzar a fronteira a partir do Paquistão, um dia depois de o embaixador dos EUA na Índia, Robert Blackwill, ter afirmado que Washington acredita que as infiltrações aumentaram desde o anúncio da eleição.

A principal aliança separatista, a Conferência Hurriyat (Liberdade), não está concorrendo e pediu o boicote. A Conferência Nacional, que faz parte da coalizão do governo federal indiano, deverá vencer. O Paquistão sustenta que a eleição é uma farsa e quer a implementação das resoluções da ONU sobre uma plebiscito para decidir se a Cachemira continuará com a Índia ou passará para administração de Islamabad. A independência não está entre as opções das resoluções.

Mais de 35 mil pessoas morreram nos 13 anos de revolta contra o regime indiano – 2 mil somente este ano. Índia e Paquistão concentraram um milhão de homens e armamentos pesados ao longo da fronteira desde dezembro, quando Nova Délhi culpou militantes com base no Paquistão por um ataque contra o parlamento indiano. As informações são da agência Reuters.

 
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