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 | 11/09/2002 08h28min

Sob tensão, EUA lembram as vítimas dos ataques de 11 de setembro

Tropas norte-americanas foram atacadas na quarta-feira no Afeganistão, enquanto a milhares de quilômetros os Estados Unidos lembravam o primeiro aniversário dos ataques que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, abriram uma cratera no Pentágono e provocaram um gesto de auto-sacrifício na Pensilvânia. Um longo dia de cerimônias para as cerca de 3 mil vítimas começou em Nova York ainda de madrugada, quando cinco desfiles de bombeiros e policiais, saindo de cada distrito da cidade, convergiram para o Ground Zero (marco zero), o local onde ficava o World Trade Center.

Em todo o mundo o dia não é só de solenidades, mas também de preocupação, especialmente depois que as autoridades norte-americanas alertaram para um alto risco de atentados, especialmente no Oriente Médio e no sul da Ásia. Em Washington, baterias antiaéreas que detectam o calor de equipamentos inimigos foram instaladas nos arredores da cidade. Três bases norte-americanas foram atacadas no Afeganistão, sem provocar danos ou deixar feridos. Um homem foi preso, agindo sozinho, depois de disparar contra a base de Bagram, quartel-general dos EUA no país.

A agência Imprensa Islâmica Afegã disse que foguetes foram disparados contra bases perto de Khost e Gardez, no leste afegão. Esses ataques demonstram a instabilidade no Afeganistão, 11 meses depois de iniciados os ataques dos EUA contra a rede Al-Qaeda, apontada como responsável pelos ataques, e o regime Talibã, que então governava o Afeganistão sob rígida doutrina islâmica.

Um ano depois, as autoridades norte-americanas ainda não sabem o paradeiro do militante de origem saudita Osama bin Laden, líder da Al Qaeda. Em entrevista à rede de TV CBS, o presidente George W. Bush disse não saber se ele está vivo ou morto, mas notou que, na segunda hipótese, seus militares teriam que caçar o substituto.

Em Karachi, no Paquistão, a polícia prendeu cinco atiradores e matou outros dois durante um tiroteio de três horas, em que uma menina de quatro anos morreu. A polícia atribuiu o incidente à Al-Qaeda. O tiroteio começou durante a invasão da polícia a um prédio, para prender um homem. Houve reação e os policiais cercaram o local, disparando gás lacrimogêneo e milhares de tiros até conseguir a rendição, segundo testemunhas.

Em Hamburgo, na Alemanha, a polícia vasculhou uma mesquita da cidade onde viveram alguns dos sequestradores de 11 de setembro de 2001, depois de receber uma denúncia de que havia uma bomba no local. Segundo um porta-voz, não foram encontrados explosivos no templo.

Há um ano, árabes que seguiam uma forma radical do Islã e de ódio aos Estados Unidos tomaram o controle de quatro aviões comerciais. Eles lançaram dois deles sobre cada uma das torres gêmeas do WTC, que desabaram em seguida; outro avião caiu sobre o Pentágono, sede do Departamento de Defesa, perto de Washington. O quarto jato também deveria ser lançado contra um alvo estratégico na capital, mas caiu na zona rural de Shanksville, Pensilvânia, depois que os passageiros reagiram aos sequestro. Todos a bordo morreram.

O principal evento do dia deve começar no Ground Zero às 8h46 (9h46 em Brasília), o exato instante em que o primeiro avião atingiu a torre norte do World Trade Center. O presidente George W. Bush deve participar de cerimônias nos três locais atingidos pelos aviões. Em artigo publicado na quarta-feira no New York Times, Bush reiterou sua determinação de punir os autores dos ataques e deu a entender que vai mesmo atacar o Iraque.

– Com nossos aliados, devemos também confrontar a crescente ameaça de regimes que apóiam o terror, buscam armas químicas, biológicas e nucleares e constroem mísseis balísticos.

Na quinta-feira, dia 12, ele apresenta suas acusações ao Iraque na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), esperando receber o apoio da entidade de 190 países. Em todo o mundo, 15 embaixadas e vários consulados norte-americanos estão fechados, seja por razões de segurança ou para permitir que os funcionários participem de cerimônias. A Grã-Bretanha e a Austrália também fecharam algumas embaixadas na Ásia.

Em Barein, as forças militares norte-americanas foram postas em alerta máximo. A Marinha aconselhou os navios no golfo Pérsico a redobrarem a atenção. O secretário de Justiça, John Ashcroft, disse que um importante membro da Al-Qaeda, que está preso, confessou que há planos para novos ataques, possivelmente suicidas. Ashcroft citou como alvos mais prováveis o transporte, as instalações elétricas, bases militares e embaixadas no exterior e monumentos importantes no país. As informações são da agência Reuters.

 
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