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FBI é criticado por não ter solucionado ataques com antraz

Quase um ano depois do pior ataque com armas químicas já feito contra os Estados Unidos, o FBI ainda não descobriu quem enviou as cartas com o bacilo de antraz que mataram cinco pessoas. Fontes da polícia federal norte-americana admitem estar muito longe de prender alguém por causa das investigações, que começaram menos de um mês depois dos atentados de 11 de setembro.

Funcionários do FBI acreditam que quem mandou as cartas para dois senadores e para a imprensa se aproveitou da confusão resultante do 11 de setembro, mas não crêem numa ligação entre os dois casos. Os críticos dizem que o FBI demorou muito tempo para entrar em contato com a comunidade científica, não atentou para pistas evidentes e perdeu muito tempo investigando Steven Hatfill, um especialista em guerra biológica que diz ser inocente.

Hatfill é um dos cerca de 30 cientistas que trabalham nos EUA e são consideradas "pessoas de interesse'' na investigação, o que significa que ele tem conhecimentos e recursos para produzir a bactéria letal. O pesquisador, que já trabalhou para o Exército, teve sua casa revistada duas vezes e foi demitido da Universidade Estadual de Louisiana. Ele disse que só foi considerado suspeito porque os agentes do FBI precisavam mostrar serviço.

– O assassinato da minha personalidade parece ser parte de um esforço do governo para mostrar ao povo americano que está procedendo com vigor na investigação – afirmou Hatfill numa entrevista coletiva em 25 de agosto.

Barbara Hacth Rosenberg, presidente de uma comissão da Federação Americana de Cientistas sobre armas biológicas, acha que as autoridades tinham a obrigação de resolver o caso rapidamente.

– Ao quebrar o tabu do uso das armas biológicas, esse incidente engendrou uma futura ameaça que pode ofuscar o 11 de setembro – disse Rosenberg num relatório de junho.

Ela disse que já enviou um novo relatório sobre o antraz às autoridades, mas não vai revelar seu conteúdo para não atrapalhar as investigações. Fontes do FBI admitem o temor de repetir com Hatfill os mesmos erros que levaram à acusação contra o segurança Richard Jewell, inicialmente acusado de ter colocado uma bomba numa praça durante as Olimpíadas de Atlanta, em 1996, mas depois absolvido.

Também há dúvidas na comunidade científica a respeito da convicção com que o FBI descartou o envolvimento de estrangeiros no caso. Os investigadores não deram crédito à história de um médico da Flórida que em junho de 2001 teria tratado um dos supostos sequestradores de 11 de setembro, Ahmed Alhaznawi, com sintomas compatíveis com o antraz.

Os agentes do FBI dizem que a investigação se complica pelo fato de que vários suspeitos fazem parte do grupo de cientistas aos quais as autoridades têm de recorrer para identificar as cepas de antraz usadas no ataque. Eles dizem ainda que não há pistas como impressões digitais ou testemunhas oculares da postagem das cartas.

– Não é como nos filmes ou na televisão. As pessoas esperam que um caso seja resolvido em uma ou duas horas. Nem sempre acontece assim – disse uma fonte. – Estamos obviamente lidando com alguém muito esperto. E bandidos espertos são mais difíceis de pegar do que bandidos otários. As informações são da agência Reuters.


 
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