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 | 04/09/2002 09h07min

Manifestantes interrompem discurso de Powell na Rio+10

Ambientalistas gritando "Bush, que vergonha'' interromperam na quarta-feira, dia 4, o discurso do secretário de Estado norte-americano, Colin Powell (foto), ao plenário da Cúpula da Terra, em Johanesburgo. "Traídos pelos governos'', dizia um cartaz erguido pelos manifestantes, alguns dos quais foram rapidamente expulsos pela segurança enquanto vaiavam e gritavam palavras-de-ordem contra o presidente George W. Bush.

– Obrigado, já ouvi vocês. Agora peço que me ouçam – disse Powell, deixando de lado o roteiro previsto para seu discurso, no último dia da reunião que traça o balanço dos 10 anos da conferência ambiental Rio-92, com ênfase no combate à pobreza e preservação do meio ambiente.

Powell voltou a ser vaiado mais tarde, quando disse que Washington está agindo contra o aquecimento global – o país se retirou em 2001 do Protocolo de Kyoto por julgar que suas metas seriam prejudiciais à indústria. Bush, cuja carreira empresarial é ligada à indústria do petróleo, está sendo muito criticado por não ter comparecido à cúpula de Johanesburgo.

Grupos ambientalistas e países pobres dizem que isso é um sinal de que, para o governo norte-americano, os lucros das empresas são mais importantes que a saúde do planeta. Os Estados Unidos dizem que isso não é verdade, e apresentaram na reunião vários projetos ambientais que envolvem parcerias com empresas particulares.

– Temos planos para conter o desespero e oferecer esperança. Agora é hora de colocar esses planos em prática, para expandir o ciclo de desenvolvimento para todos os filhos de Deus – disse Powell.

Os protestos contra Powell começaram quando ele citou a seca no sul da África e mencionou a polêmica reforma agrária do Zimbábue, onde as fazendas de brancos estão sendo expropriadas.

– Em um país dessa região, o Zimbábue, a falta de respeito pelos direitos humanos e o império da lei exacerbou esses fatores que empurram milhões de pessoas para o limite da fome.

O chanceler sul-africano, Nkosazana Dlamini-Zuma, bateu várias vezes o seu martelo de presidente da sessão e disse que os protestos eram inaceitáveis. Um dos manifestantes, o norte-americano Roberto Frau, militante de uma ONG, se disse irritado com a política de seu país.

– Como americano, fiquei furioso de ouvir que o país está fazendo. É uma completa bobagem o que Colin Powell estava dizendo. São mentiras, e isso é frustrante quando você faz parte do país.

As informações são da agência Reuters.

 
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