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Iraque faz ofensiva diplomática para conquistar apoio árabe

O vice-presidente do Iraque, Taha Yassin Ramadan, chega na terça-feira, dia 27, à Síria em busca de apoio diplomático contra um eventual ataque norte-americano ao seu país, uma ameaça que voltou a ser repetida na segunda-feira, desta vez pelo vice-presidente Dick Cheney. Ramadan vai passar três dias na Síria e deve se encontrar com várias autoridades, inclusive com o presidente Bashar Al Assad. A agenda oficial inclui temas comerciais, saúde, educação e meio ambiente, mas analistas dizem que o verdadeiro objetivo da visita é mandar um recado a Washington.

– Esta visita tem um caráter econômico, mas também uma dimensão política, especialmente porque a Síria se opõe a um ataque ao Iraque e está se empenhando para construir uma frente árabe contra qualquer ação dos Estados Unidos – disse o analista Imad Shueibi.

A política oficial da Casa Branca é de buscar a saída de Saddam Hussein do poder por qualquer meio. O governo do presidente norte-americano, George W. Bush, o acusa de desenvolver armas químicas, biológicas e nucleares, o que o Iraque nega. O governo sírio, também visto como patrocinador do terrorismo pelos Estados Unidos, afirma que a derrubada de Saddam seria o primeiro passo para a instalação de regimes fantoches no Oriente Médio, subordinados aos interesses dos Estados Unidos e de Israel.

– Todos os árabes sem exceção estão sob risco – afirmou na terça-feira o jornal estatal Ba'ath, pedindo a formação de uma frente árabe contra os Estados Unidos. Os vizinhos Síria e Iraque foram inimigos durante décadas, mas nos últimos anos a relação entre eles floresceu e hoje inclui o fornecimento de 150 mil barris de petróleo por dia de Bagdá a Damasco. Antes de iniciar a visita, Ramadan disse que um ataque ao Iraque seria o começo de uma campanha contra toda a região, e por isso ele pediu a seus vizinhos que ajudem o país, "nascido do mesmo ventre árabe que nos gerou a todos''.

– Se eles capturarem o Iraque, Deus nos livre, o próximo país será a Arábia Saudita, o Egito, a Síria ou o Líbano – afirmou Ramadan ao jornal Asharq Al Awsat. – O Iraque não é o alvo, é só o começo de um plano para conquistar a hegemonia sobre a região e seus recursos.

Tradicionais aliados árabes dos EUA, como Egito e Arábia Saudita, se opõem ao ataque contra Saddam. A União Européia também expressa reservas a essa ação. As informações são da agência Reuters.  


 
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