O presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, afirmou nessa quinta, dia 20, em Recife (PE), que o partido vai manter a candidatura de Anthony Garotinho à Presidência, mesmo se houver um convite formal para adesão à aliança entre o PT e o PL.

– A candidatura será mantida porque temos razões de caráter político para isso – declarou.

De acordo com Arraes, nas reuniões e debates do partido já foi decidido que Garotinho manterá a candidatura em qualquer hipótese.

– Temos diferenças de posições e visões em relação ao PT – explicou Arraes.

Para Arraes, PSB, PT e PL não dividem a mesma faixa do eleitorado. A questão religiosa, disse, “não vai pesar” na eleição, apesar de o PL e Garotinho terem bases no eleitorado evangélico. O presidente do PSB disse também que não foi sondado sobre a proposta de aliança:

– Não fui (procurado), mas aceito conversar sobre qualquer coisa.

Arraes afirmou, entretanto, que a resposta será a mesma: o partido não abre mão da candidatura própria à Presidência. Ainda segundo o ex-governador de Pernambuco, a formalização da aliança PT-PL não vai alterar a estratégia da campanha de Garotinho.

Arraes confirmou que o PSB vem encontrando problemas “como todos os outros partidos” para definir seu candidato a vice. Disse que o deputado estadual João Leite (MG) não pretende aceitar o cargo e atribuiu a dificuldade para a definição de um nome, entre outras coisas, à verticalização das alianças.

Sobre o suposto apoio de integrantes do PSB, como a deputada Luiza Erundina (SP), à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador afirmou que as manifestações são “vozes isoladas”. Para Arraes, a divisão da oposição nesta eleição é “uma questão de caráter político”. Se eventualmente Garotinho ou Lula forem para o segundo turno, afirmou o ex-governador, o derrotado vai apoiar o candidato da oposição “com certeza”.