O governo da Índia reagiu com irritação nesta terça-feira, 28 de maio, ao terceiro teste de mísseis no Paquistão em quatro dias, afirmando que a atitude do país vizinho é "altamente irresponsável". A reação indiana veio enquanto líderes de todo o mundo intensificavam seus apelos para que os ambos os países, que têm armas nucleares, demonstrassem contenção. Horas antes, a televisão paquistanesa havia anunciado a conclusão, com sucesso, de um teste com míssil de 180 quilômetros de alcance e capacidade para transportar uma ogiva nuclear.

A notícia coincidiu com uma visita a Islamabad do ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jack Straw, na tentativa de reduzir as tensões na região. Straw exortou o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, a intensificar a repressão às atividades terroristas na fronteira com a Índia.

O Ministério da Defesa da Índia declarou que, com a série de testes de mísseis e as "palavras ásperas" do Paquistão, o leque de opções de Nova Délhi está se estreitando. O Paquistão nega que as experiências estejam vinculadas a uma possível confrontação militar com a Índia, descrevendo-os como testes de rotina.

Em um pronunciamento transmitido pela televisão nesta segunda, Musharraf disse que o Paquistão responderia com toda a intensidade se fosse deflagrada uma guerra pela disputa da região da Cachemira. Nirupama Rao, a porta-voz para Assuntos Exteriores da Índia, disse que seu governo "ouviu o discurso com atenção" e que irá analisar com cuidado o pronunciamento de Musharraf.

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoriko Kawaguchi, pediu à Índia que usasse os canais diplomáticos e não a ação militar para resolver suas diferenças com o Paquistão. O Ministério das Relações Exteriores da Austrália declarou que continuava preocupado com a situação de segurança, mas que o discurso de Musharraf era "tranqüilizador".

As informações são da Agência Brasil.