Duas mulheres que se casaram na região da Cachemira (norte da Índia) foram detidas pela polícia e depois liberadas com a ordem de permanecer separadas, informou hoje a agência local PTI. O casal, formado por uma mulher de Nova Délhi de 34 anos e outra de Lakhada Bazar, na Cachemira, de 27 anos, foi detido após ser denunciado pelos vizinhos, que não aceitam seu casamento.

Na Índia os casamentos são realizados pelos sacerdotes das diferentes religiões e não é necessário inscrevê-los em um cartório. As duas mulheres afirmaram que se casaram em dezembro em um templo local e ameaçaram se suicidar se a polícia tentar separá-las. Uma vez liberadas, ontem à noite, as mulheres foram enviadas às casas de suas respectivas famílias, com a proibição de viver juntas.

As relações homossexuais na Índia são proibidas e podem ser punidas por lei. Este caso acontece nove meses depois que um outro parecido fosse revelado no estado de Uttar Pradesh (norte). Usha Yadav e Shilpi Gupta, duas mulheres que se conheceram através de uma amiga, fugiram para uma pequena aldeia do estado de Gujarat (norte).

Os pais de Shilpi denunciaram Usha por seqüestro e um juiz de Allahabad ordenou que as duas voltassem a morar com a família. Os pais de Shilpi a mantêm trancada em sua casa e ela foi proibida de ver qualquer pessoa e também de falar no telefone. Os pais, que culparam Usha por ter pervertido sua filha, dizem que começaram a suspeitar quando Shilpi rejeitou o pedido de casamento de vários pretendentes.

A Corte Suprema da Índia aconselhou o governo que reveja as leis que regulam o casamento porque em um estado democrático é um direito das pessoas escolher seu companheiro.

AGÊNCIA EFE