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País suspende embarques de trigo para o Brasil

O feriado bancário na Argentina paralisou os embarques de trigo para o Brasil. Nos portos do sul do país, navios permanecem atracados, sem que haja trigo para ser carregado. Porém, apesar de todos os problemas enfrentados pela Argentina, os exportadores estavam cumprindo os prazos dos contratos e assegurando os embarques do cereal, atendendo à necessidade brasileira de aproximadamente 600 mil toneladas por mês.

Conforme o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Trigo do Estado, Nelson Brochmann, é a segunda vez que os embarques de trigo argentino são paralisados em menos de 60 dias. Da primeira vez, a suspensão durou cerca de 15 dias e só não teve conseqüências mais graves porque a indústria gaúcha mantém estoques médios para 30 dias.

– Ficamos bastante preocupados na ocasião, e agora estamos na expectativa de que a paralisação não seja tão longa quanto a anterior – diz Brochmann.

Os moinhos gaúchos foram avisados da paralisação nesta segunda-feira  por fornecedores argentinos, conta Brochmann. A razão é o feriado bancário que não tem data para acabar. Segundo Brochmann, a "Argentina toda está parada, e não há como efetivar qualquer operação financeira com o país".

Na verdade, as negociações com trigo enfrentam problemas desde quarta-feira, quando começaram a ser interrompidas em protesto das tradings (empresas exportadoras) contra o decreto do governo local que determinava que o aumento dos impostos sobre as exportações de produtos agrícolas seria retroativo a 4 de março. O decreto também previa o pagamento do imposto na data do embarque dos produtos e não na data da compra. Ontem, o governo argentino recuou e manteve a taxa apenas sobre os contratos fechados a partir da data da publicação do decreto, 8 de abril. Mas as vendas de trigo não foram retomadas.

O Brasil consome 10,5 milhões de toneladas de trigo por ano, e de 6,5 milhões de a 7 milhões de toneladas são importados da Argentina. O país vizinho tem prioridade nas importações de trigo pela proximidade com o Brasil, o que barateia o frete, e também porque todo o trigo importado de fora do Mercado Comum do Sul (Mercosul) paga Tarifa Externa Comum (TEC) de 11,5%.

A crise argentina fez os preços do trigo nacional dispararem. No Rio Grande do Sul, produtores pedem R$ 305 a tonelada do cereal para pagamento em 30 dias e no Paraná, até R$ 345. Menos de um mês atrás, o trigo estava sendo negociado no Estado a R$ 280 a tonelada, no máximo, e, no Paraná, a R$ 320.

 
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