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 | 10/04/2002 22h57min

Monge é baleado na Igreja da Natividade

Israel negou salvo-conduto pedido pelo Vaticano aos palestinos sitiados dentro do templo

A tensão aumentou bastante nesta quarta-feira, dia 10, na Igreja da Natividade, em Belém, onde 200 combatentes palestinos estão sitiados pelo exército israelense. De acordo com religiosos, a situação ficou crítica depois que um monge armênio foi ferido por uma bala, supostamente disparada por um soldado israelense.

O religioso ferido estava no complexo habitacional do convento armênio, que faz parte das construções justapostas à basílica, explicou o padre Marun Lajam, reitor do seminário latino em Beit Jala, cidade vizinha de Belém. O padre Lajam encontrou-se nesta quarta com religiosos da basílica. O monge, cuja identidade não foi revelada, foi transportado em estado grave ao hospital Hadassa no oeste de Jerusalém.

O coronel Olivier Rafovicz, porta-voz do exército israelense, afirmou que o religioso foi ferido nas costas e que a bala ia ser extraída.

– Não é impossível que o disparo tenha vindo de dentro da igreja, as coisas não estão claras ainda – acrescentou aos jornalistas.

Um palestino no interior da igreja afirmou que o monge foi ferido quando os soldados tentavam entrar no complexo. Além dos combatentes palestinos, com armas Kalachnikov, a basílica e as construções abrigam cerca de 30 religiosos franciscanos e alguns civis. O cerco começou no dia 2 de abril e o exército israelense exige a rendição dos combatentes, os quais considera terroristas. Na manhã de segunda-feira, um dos palestinos morreu depois de uma troca de tiros perto da basílica, que deixou dois feridos do lado israelense.

– Já não temos água nem eletricidade – informou por telefone o padre Johannes Simon, um alemão que dirige o convento franciscano do lado da basílica.

Israel prometeu manter o cerco aos homens armados até a sua rendição. O Vaticano expressou novamente preocupação sobre os acontecimentos na igreja, mas Israel negou o pedido de salvo-condutos para os palestinos refugiados na igreja da natividade, numa carta do presidente israelense, Moscho Katsav dirigida ao papa João Paulo II, e divulgada nesta quarta em Roma.

 
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