A indústria farmacêutica suíça Roche defendeu hoje a eficácia de seu antiviral Tamiflu. A empresa se pronunciou após saber que duas pessoas que contraíram o vírus da gripe aviária morreram depois de desenvolver resistência à droga.

Uma equipe de médicos do Vietnã revelou, em artigo publicado na revista científica New England Journal of Medicine, a descoberta de evidências de que o vírus H5N1 possa sofrer mutação e resistir ao Tamiflu. O artigo relata testes em dois pacientes que desenvolveram resistência ao antiviral.

Quatro de oito pacientes no Vietnã atingidos pela gripe aviária e tratados com o Tamiflu morreram, segundo os especialistas, comandados pelo médico Menno de Jong, da Unidade de Pesquisa Clínica da Universidade de Oxford no Hospital de Doenças Tropicais de Ho Chi Minh.

Em resposta a essas novas informações médicas, a Roche ressaltou que os estudos confirmaram uma constante queda da carga viral em pacientes sobreviventes, em referência à quantidade de vírus que circula pelo corpo. Para o grupo farmacêutico, a publicação médica confirma a importância do Tamiflu como uma opção de tratamento. A Roche reafirma que o armazenamento da droga deve ser parte dos planos de prevenção para uma eventual epidemia de gripe aviária. No entanto, a empresa reconheceu a necessidade de mais avaliações sobre o tratamento de pacientes com o Tamiflu.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou aos países a criação de reservas de antivirais para combater uma eventual epidemia, que poderia se tornar realidade caso o vírus possa ser transmitido entre pessoas. Devido à advertência da OMS, a Roche recebeu solicitações de abastecimento de mais de 50 governos, a grande maioria de países desenvolvidos. Por isso, a companhia aumentou sua capacidade de produção, que chegará a 300 milhões de tratamentos em 2007.