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 | 08/12/2005 23h46min

Ex-tesoureiro do PL confirma poder de Igreja Universal

Jacinto Lamas depôs no Conselho de Ética em processo sobre Wanderval Santos

O ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas , que depôs hoje no Conselho de Ética da Câmara, no processo contra o deputado Wanderval Santos (PL-SP), confirmou que era forte a coordenação do ex-deputado Carlos Rodrigues (conhecido como bispo Rodrigues) sobre os demais deputados do PL ligados à Igreja Universal do Reino de Deus.

– Era evidente a influência do ex-deputado sobre os seus colegas da Igreja Universal – disse Lamas.

O ex-tesoureiro disse que nunca teve contato "mais direto" com o deputado Wanderval e, também, que nunca repassou dinheiro a ele. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), relator do processo contra Wanderval, acredita que o depoimento confirma a influência da Igreja Universal sobre os parlamentares que fazem parte da congregação.

Embora tenha afirmado que não tinha conhecimento da relação administrativa entre os deputados da Igreja Universal, Jacinto Lamas informou que havia uma nitida hierárquia do ex-bispo Rodrigues na bancada do PL ligada à Universal.

– Havia ascendência do ex-deputado sobre os deputados que compunham o grupo da Igreja – afirmou.

O deputado Wanderval Santos responde a processo no Conselho de Ética, porque seu motorista sacou R$ 150 mil da agência do Banco Rural da conta da empresa SMP&B de Marcos Valério de Souza. Na sua defesa, Wanderval disse que o saque foi feito pelo seu motorista por determinação do ex-deputado Carlos Rodrigues, que era o coordenador da bancada. Também em depoimento no Conselho, o motorista confirmou que ele havia buscado um envelope na agência do Banco Rural, por determinação do ex-bispo, e que teria levado o envelope diretamente da agência para a residencia do ex-deputado.

Em relação aos saques de dinheiro das contas de Marcos Valério, Jacinto Lamas confirmou que pegava o dinheiro no Banco Rural das contas de Marcos Valério e entregava diretamente ao presidente do PL, ex-deputado Valdemar Costa Neto. Lamas disse que o dinheiro fazia parte de acordo entre o ex-tesoureiro do PT Delúblio Soares e o presidente do PL para cobrir despesas da campanha presidencial de 2002.

– Eu apenas cumpria ordens do presidente do PL – disse para acrescentar que "faria tudo de novo, porque nada indicava que fosse ilegal".

AGÊNCIA BRASIL
 
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