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 | 25/11/2005 20h09min

Frigoríficos de SC comemoram fim da greve dos fiscais

Cerca de R$ 300 milhões deixaram de ser embarcados no Estado

Os frigoríficos de Santa Catarina estão comemorando o fim da greve dos fiscais agropecuários.

Nas três semanas de paralisação cerca de R$ 300 milhões em cargas deixaram de ser embarcadas nos portos catarinenses, segundo estimativa do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes).

Mas ocorreram também outros prejuízos como o aluguel de navios e contêineres, pagamento de câmaras frias para armazenagem e adiamento de abates.

O diretor executivo do Sindicarnes, Ricardo Gouvêa, estima que a situação voltará ao normal somente dentro de três meses. O deputado federal Odacir Zonta informou que há 26 mil toneladas de carne congelada nos portos catarinenses.

Algumas unidades da Seara Alimentos já tinham parado e outras reduziram o abate.

O frigorífico Unibom, de Xanxerê, que abatia mil suínos por dia, estava abatendo somente 230 cabeças.

O diretor da empresa, Moacir Luiz Romani, disse que 32 funcionários tiveram férias antecipadas e, caso a greve não terminasse, haveria férias coletivas a partir de dezembro.

Com a redução nos abates a empresa estava trabalhando no prejuízo. Além de manter a estrutura com certa ociosidade, o frigorífico pagava armazenagem nos portos e ainda corre o risco de não ter contratos renovados por não cumprir prazos.

A empresa havia começado a exportar há apenas quatro meses. Romani disse que a paralisação comprometeu o faturamento da empresa no final do ano.

Foi preciso fazer um empréstimo de R$ 100 mil para pagar o 13º salário dos empregados. Mesmo com a retomada do trabalho dos fiscais, o abate não deve ultrapassar 500 cabeças/dia na próxima semana.

O Unibom vai tentar embarcar os 25 contêineres que estão parados no porto, com destino à Rússia e a Hong Kong.

Romani disse que os fiscais tinham razão em fazer greve e que o governo federal demorou a atender as reivindicações.

O fiscal agropecuário federal Paulo Franco, que trabalha na empresa, estava cumprindo os 30% de produção exigidos por lei. Ele disse que a categoria precisa ser valorizada e equiparada ao salário de fiscais federais de outros setores.

Gouvêa espera que a categoria colabore para que seja agilizada a liberação das cargas paradas nos portos. Muitas mercadorias já deveriam estar em seu destino.

Caso não cheguem a tempo das festas de final do ano, podem ser suspensas. No entanto, o Sindicarnes não recebeu nenhum cancelamento de contrato até agora.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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