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 | 16/11/2005 11h53min

Lula defende política econômica sem citar Palocci

Presidente discursou na 3ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia

Em discurso na abertura da 3ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as pessoas que, segundo ele, têm sede de antecipar a discussão eleitoral de 2006 e pediu uma reflexão sobre o momento político, alertando que os fundamentos da economia são sólidos e que o país não pode "jogar esse momento fora".

Lula citou dados como o crescimento econômico, o recorde da balança comercial, o superávit primário e a geração de empregos, mas em nenhum momento citou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que antecipou para esta tarde seu depoimento na Comissão de Assuntos e Econômicos (CAE) do Senado. O próprio Palocci esperava que Lula fizesse uma defesa veemente sua e da política econômica.

Lula falou, no entanto, sobre as discussões entre os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre o futuro da política fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é normal haver debate interno dentro do governo e citou como exemplo a Lei de Biossegurança, cuja regulamentação está atrasada.

– Muita gente não compreende que o exercício da democracia é permitir que o debate entre as partes aconteça e se encontre o denominador comum.

O presidente prosseguiu afirmando que o Brasil vive o momento mais positivo de sua História desde o governo de Juscelino Kubitschek e que não pode desperdiçar a oportunidade de deixar de ser um país eternamente emergente. O presidente brasileiro disse ainda que "ano eleitoral sempre é um ano delicado no Brasil".

– O Brasil sempre foi pensado de quatro em quatro anos, e não em 20 anos, e isso fica tão medíocre quanto os dirigentes que o dirigiram. Prestem atenção no momento político que vivemos. Precisamos refletir e muito sobre o que está acontecendo no Brasil. Não podemos permitir que o Brasil jogue fora essa oportunidade. Se analisarmos a combinação de fatores, estamos com uma base sólida e vai depender da sociedade brasileira definir extamente o que queremos – disse Lula.

Em seguida, Lula falou da discussão eleitoral:

– Vamos deixar a discussão político-eleitoral para mais tarde. Sei que tem gente com muita sede de discutir isso agora, só pensando nisso.

Apesar de pedir cautela diante do momento político vivido pelo país, Lula espera que que a sociedade organizada cobre o governo cada vez mais.

– O Brasil precisa de cobrança. Posso até não gostar, mas jamais demonstrarei isso. Se não houver pressão, todo governo acha que é o melhor do mundo, mas a sociedade não é obrigada a se contentar com o que governo faz – disse o presidente.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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