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 | 10/11/2005 20h52min

Lula pede que ministros evitem divergências em público

Objetivo é evitar dar mais munição à oposição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que os seus ministros evitem divergências públicas sobre as políticas do atual governo. O objetivo de Lula é evitar dar mais munição à oposição, que já explora a crise política em Brasília.

Em reunião realizada na Granja do Torto na manhã desta quinta, Lula conversou com os titulares da Fazenda, Antonio Palocci, e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e com o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Na quarta-feira, Lula já havia falado com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Teria sido ela a encarregada de passar o recados ao colega do Planejamento, Paulo Bernardo, e ao próprio Palocci.

Lula está preocupado com o acirramento da crise política e com divergências internas entre os seus ministros. Palocci e Dilma protagonizam uma disputa em torno da política econômica, sobre o aperto das contas públicas. Além disso, os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de  Inquérito (CPI) dos Correios foram prorrogados por seis meses. Já na CPI dos Bingos, os depoimentos de Rogério Burati e Vladimir Poleto, ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeiro Preto, fizeram surgir novos boatos sobre denúncias contra o ministro.

O presidente chegou a cancelar viagens que faria nesta sexta pelo interior da Bahia e do Espírito Santo. Ele fez apenas uma visita rápida a Teófilo Otoni (MG).

Indo de encontro ao pedido de Lula, o vice-presidente, José Alencar, saiu em defesa de Dilma na discussão com Palocci. Alencar disse que, se os juros fossem reduzidos, essa discussão sobre o superávit primário das contas do governo seria "desnecessária". Para ele, Palocci precisa ser convencido de que é preciso reduzir a taxa de juros, hoje em 19%.

– Eu, por força da minha experiência e da minha vida, dou razão à ministra Dilma. No momento em que você trouxer as taxas de juros para o patamar internacional, você pode reduzir o superávit. Você nem precisa de superávit. Se baixássemos, nem precisaríamos conversar sobre isso. É uma questão apenas de aritmética elementar – disse Alencar.

AGÊNCIA O GLOBO

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